QUINZENÁRIO DA ILHA EXPÕE FRATURA DE COLUCCI CONTRA A JUSTIÇA


Me chegou às mãos um jornal de Ilhabela chamado 'A Balsa', edição 89. Li e não cri. O flagrante rompante do prefeito de Ilhabela, Colucci, numa entrevista concedida à rádio Morada do Sol, reproduzida por este quinzenário, merece atenção redobrada. É uma fala isolada do alcaide. O povo de Ilhabela certamente não coaduna.

O ataque do alcaide contra a Justiça é um ato de excesso. Ao chamar o Juiz de "papudo, que fala pra caramba...", e acusar o Promotor de gostar de "falar muito" e, entre outras expressões chulas, dizer que "são tudo bocudo", me parece mais um gestor acuado por manifestações dos órgãos da Justiça e de fiscalização, do controle social efetivo de organizações de Ilhabela contra seus atos administrativos que se discute se transgrediram as leis.

Ilhabela não compra essa, prefeito. Se há discordâncias a esse respeito busque o melhor entendimento nos autos. Na boa, esse ataque - via imprensa - só desmerece seu papel institucional. 

Ao fazer uma gestão personalista, faraônica, sabia dos riscos. Há conluio, há regras.  O jornal A Balsa traz ainda matéria em que a "Educação de Ilhabela está no 1.357° posição do ranking de municípios do IOEB"; outra em que informa que a "Empresa de fornecedor da merenda escolar carnes é denunciada por falsificação", ou seja, joga duas bombas no colo da área onde Colucci extraiu um nome à sua sucessão. 

A ex-secretária gravou um vídeo na internet fazendo um jogo de palavras que tenta puxar para si a simpatia dos profissionais da rede de ensino, mas a crítica é jornalística e não política. O que ela precisava fazer era rebater os dados, não discursar para dentro. Errou na tática de defesa. Segundo pesquisas de sentimento de mídia, este jornal está entre os mais lidos pelo povo de Ilhabela. era de se esperar uma resposta mais esclarecedora que um revide qualquer.

Recomendo a leitura da entrevista do cientista político Simon Schwartzman, publicada pelo jornal Estadão (11/07), que é um mergulho analítico sobre essa questão área da Educação pública no país. Ilhabela que tem riqueza baseada nos royalties do petróleo precisa ser clara sobre seu desembolso para a área. Os recursos do pré-sal, por exemplo, preveem uma cota para um Fundo obrigando investimento na Educação.



O embargo sobre as obras do Centro de Convenções, de píeres, enfim; dinheiro gasto na casa dos milhões com lanchas para prestar serviços de transporte coletivo - que devem ser prestados sob rigorosa legislação - e, neste caso, sem que a Prefeitura tenha feito os estudos prévios -, demonstra a gazeteira medida que gerou gastança, desperdício e nenhum efeito prático na vida do provedor - o contribuinte. São ações intempestivas e sem qualquer planejamento, custosas assim, que há insurgências de setores da sociedade e respaldo da Justiça.

Colucci, com todo respeito que merece, tenta transferir para órgãos da Justiça os dissabores de sua falta de tato com as leis em atendimento ao interesse público. põe em xeque a capacidade de fiscalização desta legislatura na Câmara municipal, e joga para a galera a investida num discurso descalço da realidade. A Ilha é Bela, não de fantasia; é de gente ordeira, não de quizumbas, portanto, as bravatas do prefeito são só dele. Nada disso tem a ver com o povo ilhéu.

Enfim, um enredo de cinema, não fosse um relato da vida real.
Melancólico fim de um Governo em Ilhabela, em desconstrução.
-
21h30min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

JUSTIÇA FEDERAL AUTORIZA LIBERAÇÃO DE R$ 1 BI PARA SÃO SEBASTIÃO

DA CALAMIDADE À EMERGÊNCIA

GLEIVISON É "MANÉ"