ATAQUES, REVIDES E VITIMISMO DÃO O TOM NA RETA FINAL DA CAMPANHA


Quando essa eleição municipal de 2016 acabar, o que nos lembraremos talvez seja o menos importante. O noticiário dará conta da transição administrativa, da futura equipe de governo, das primeiras declarações do vencedor e das especulações em torno da eleição da Mesa Diretora na Câmara Municipal. Costuma ser assim. Mas, eu disse "talvez", tenho cá minhas dúvidas. O tom é outro, o cenário idem. A política se tornou um folhetim que intriga e não instiga e o que já se previa ser judicializada, virou caso de polícia também. 

À julgar pelos contornos imprevisíveis nesta reta final, fica difícil cravar um resultado, já disse isso. Pela indefinição, o eleitor aumenta a margem de erro das pesquisas de opinião. É por esta razão, pressuponho, que o PMDB e o PP, adversários entre si, reagem energicamente contra o PSDB/PSB agora. Não é só uma guerra de nervos, é também um disputa territorial pela comunicação de suas campanhas. O mote é o vitimismo. Se há ataques, há revide.

A última é sobre uma uma matéria que lhes seria - em tese - favorável, de um jornal de Ilhabela, o "A Balsa". Mas, consta ser uma edição fake. O caso foi parar na Polícia Federal. Em Nota, o PP diz que processará. O líder do PMDB, em áudio pelo whatsapp acusa que o caso é uma farsa que vai além do jornal. Nas redes sociais há um fato, e milhares de versões. O caso é o de uma kombi com muitos exemplares desse jornal falso, idêntico ao original. É um crime, não um discurso. O PSDB também veio ao frontespecialmente porque seus oponentes desconfiam desse caso. Não pode haver coitadismo. 

Mas, antes disso, houve pichações em um ponto de ônibus que seria uma expulsão (como se isso funcionasse assim) do candidato tucano sobre nordestinos, baianos e mineiros. Claro que era uma grande bobagem, mas os correligionários do PSDB se apressaram em acusar o caso - e acertaram. O caso das cestas básicas em Caraguá. O papel de vítima é sempre o buscado pelo PSDB, acusa o PP. Agora, com o jornal, quem põe em suspeição os "ataques" é o PMDB. Cada grupo concorrente reage a seu modo. E a política míngua. 

Mas, é o oficialismo que deve pautar a mídia, não os berros nas redes sociais ou os boatos das ruas, penso eu. Por isso a atenção deve se voltar as queixa-crime, denúncias, inquéritos abertos, enfim. O papel, nestes casos, é com a PF e o MP Eleitoral. O fato é que o tom na reta final desta campanha municipal está longe se ser sobre a cidade. À saber o por quê e à quem interessa discutir outras coisas vitimistas e não projetos para o futuro governo. a maior sequela deste pleito pode ser a desinformação.

A decisão é do eleitor e se dará nas urnas.
É o jogo!
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18h54min.    -     adelsonpimentarafael@gmail.com

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