RETROSPECTIVA DE 2017: DA PROPAGANDA OFICIAL

O Paço Municipal, sob Nova Direção ou a Nova São Sebastião há um ano, foi povoado logo após a vitória nas urnas pelo PSDB SÃO SEBASTIÃO. Gente indicada pelo eleito compôs a Comissão de Transição, celebrado por Decreto pelo então Prefeito Ernane Primazzii. 

Enquanto isso, Felipe Augusto e alguns dos seus carimbava o passaporte à duas viagens ao exterior. Na cidade estava tudo tranquilo, tudo dominado. 

Mãos ao alto, seu cheque está sustado. Primeiro ato.

Fogos para o réveillon foi o primeiro discurso de crise, para logo depois surgir uma turma animada dizendo que foram conseguidos com um parceiro privado, estava então garantida a festa. O único barulho foi esse. 

Um brinde regado a cerveja. 
O anúncio de que a Ambev, lê-se Skol, pagaria a conta dos shows de verão e do carnaval expôs uma articulação impensada. Tempos depois o Portal da Transparência do Município, quando tardiamente teve alguma atualização, denunciava que a história não era bem essa.

Antes disso, diga-se, no Boletim Oficial do Município um extrato demonstrava que uma empresa ganhava o direito de explorar a marca da cidade, ou seja, seu nome.

Às redes sociais, um alarmismo sobre as finanças municipais. 
Até "rombo" na Previdência do servidor foi dito haver. Nada restou provado.

Vocalizado pelo próprio Prefeito, universitários foram ás lágrimas. Foi dito não haver previsão orçamentária. O ex-prefeito foi à Câmara Municipal de São Sebastião Oficial e provou o contrário. Horas depois de muita pressão, um revigorado discurso oficial salvacionista. Estava garantido o subsídio, o que poucas horas antes se dissera impossível.

Isso ocorreu outras vezes...
... tais como a cena de lixo midiático: com um cheque em punho no rol de entrada da sede da Prefeitura, o Prefeito disse aos funcionários da empresa de lixo que o pagamento estava saindo. Ele era a garantia. 

E isso se repetiu sobre diversas outras coisas. Sintetizando algumas que me vem à memória:

> Falta de remédios generalizada no meio do ano. Erro administrativo.
> UPA nova, fechada. 
Nenhuma obra de restauração de algum possível dano. 

Seis meses depois, ou seja, após o prazo previsto para que a empresa responsável corrigisse algum problema, fracionou-se os serviços para 5 empresas. Não havia correção, foi alteração de projeto, pelo qual o munícipe desembolsou mais R$ 500 mil.

Houve um fato hilário sobre isso:
Os equipamentos e materiais novos dessa UPA, adquiridos pela gestão antecessora, foram levados para o Hospital, e uma Nota Oficial da Prefeitura de Ilhabela dizia que eram materiais novos adquiridos pelo atual Prefeito. 

Bastou uns puxões de orelhas de munícipes atentos, como foi o caso do petista Fernando Puga e dos ativista Miguel Campos Filho, nas redes sociais para que o Governo fizesse nova Nota assumindo ter mentido.

Com os coletes da Guarda Civil Municipal foi a mesma coisa, disse-se comprado pelo novo administrador, mas soube-se ser herdado do antecessor. Carros novos idem, em boa parte.

Para o anedotário da cidade não pode deixar de constar a pintura sobre as pastilhas da creche da Topolândia. O vereador Ernaninho Primazzi denunciou e o vereador Teimoso Campos, líder do Governo, também discordou. Minutos depois a tinta era removida com esguichos de wap.

Mas, antes desse fato houve outro cômico. 

O alcaide fez vídeos no antigo CRAS da Topolândia mostrando móveis velhos e inservíveis, como fosse herança do lugar. O ex-prefeito foi à Topolândia para mostrar que todas instalação estava funcionando num prédio novo ignorado pelo atual prefeito. Outro desmentido.

A economia popular foi alvo de sua 'mão de ferro', os ambulantes foram tratados desproporcionalmente. 

Na Topolândia, com dedo em riste, o próprio Prefeito exigia reformas em ambientes privados e tocava o terror em franco abuso de autoridade. 

Aliás, ele queria até derrubar a Escola Josepha de Sant' Anna Neves para que o traçado da Rodovia Contorno passasse por ali, chegando a pedir apoio à uma Associação de bairro. A Unibairros Com a Comunidade Dos Bairros não assumiu essa bronca publicamente. 

Houve também reação da empresa DERSA - Desenvolvimento Rodoviário S/A que desautorizou a articulação publicamente, inclusive citando que o Contrato já estava em andamento e o projeto original sendo seguido à risca com mais da metade já concluído.

A primeira dama, Michelli Veneziani, comparou São Sebastião com os Hemptons, porque leu em uma revista voltada ao público rico sobre a Costa Sul da cidade, ignorando o fato de haver sérios problemas de toda ordem pública na região. 

Ao assessor de imprensa do Prefeito coube outra amostra grátis do excesso de preciosismo ao fazer fotos de luzes de Natal enroladas em árvores e, estupefato, comparar a Rua da Praia com Paris e Las Vegas.

A Barreirinha está abandonada. A população do Jaraguá sendo atendida embaixo da ponte. Famílias em áreas de Zeis com pavor. Um clima de tensão social se cria. 

Mas, a cidade ganhou um mastro com bandeira do Brasil na avenida, enquanto tudo é pintado de azul: as cores do partido do Prefeito. 

E mais. foi aos gastos com eventos como o de surf em Maresias - ao custo de R$ 2 milhões, e o Boat Show em mais de meio milhão de reais. Monta palco, arma tenda, desmonta e desarma; repete de novo. E vai pagando.

Em afronta a oposição, Felipe Augusto, primeiro resolveu ironizar a opção sexual do vereador Gleivison Gaspar, depois o ignorou num evento público no Teatro. Nos dois casos a defesa do parlamentar foi feita por gente mais educada. 

Tem as viagens comentadas para EUA, Argentina, China e Colômbia. À saber se procede. Quem sabe para onde mais? Falou-se de megaprojetos que sequer tem previsão orçamentária, não foram discutidos com a população nem tampouco tem procedimento iniciado para licenciamento. 

E dá-lhe discurso.
Fez arte.

Uma com braço de fora de um ônibus, para fazer festa com o fato de a empresa Ecobus ter comprado ônibus usados em Caraguatatuba/SP e Duque de Caxias/RJ. 

Aliás, sobre carros usados, houve Nota Oficial sobre caminhões que foram colocados à vista na Rua da Praia - pertencentes a uma empresa privada, dizendo serem novos e tal. Desmentido, o Governo refez a Nota, pediu desculpas e tocou a vida. Os caminhões já foram substituídos por outros ainda mais desgastados. 

Outra foi quando assinou um acordo em que o seu pai e outra pessoa nomeada em cargo comissionado estavam entre os beneficiados. Depois de ser alertado por alguma voz consciente, trouxe um Procurador de Caraguá para se dirigir ao Juiz e pedir o desfazimento de tal acordo. 

Tem as notas fiscais extravagantes de comilança oficial, como um prato de ravioli de lagosta, o pessoal come bem às custas do erário. 

O Prefeito foi às negociações com a sucumbência, que é direito de procuradores de carreira. Anistiou a Petrobras. Os servidores do Município foram ao Tribunal de Justiça de São Paulo e reconquistaram liminarmente o direito de receber. Ao invés de ser a Petrobras que vai pagar, passa a ser o cidadão sebastianense, smj.

Em evento sobre a Aplicação dos Royalties do Petróleo, realizado pelo Prefeito de Ilhabela Márcio Tenório, que inclusive criou um Fundo para poupar recursos dessa fonte, o Prefeito Felipe Augusto, que também preside a Abramt, uma entidade que não tem outra finalidade senão os royalties do petróleo, não conseguiu levar mais que um dos associados, absoluta falta de liderança.

A promessa de Marina pública se reduziu a um flutuante na Rua da Praia. Mas, a ideia não foi abandonada, pelo contrário. O Governo aprovou junto aos vereadores um Fundo Garantidor das PPPs que fixa o compromisso de que o cidadão pague pelo eventual calote do Parceiro Privado quando este não pagar pelo empréstimo financeiro.

Na Rua da Praia, ao lado de meia dúzia de comerciantes, anunciou ter em caixa R$ 50 milhões para investimento. Isso foi em meados do ano. Há pouco, o Presidente da Câmara, vereador Reinaldinho Moreira, disse ter economizado e devolvido R$ 4 milhões ao Poder Executivo, ou seja, em caixa passou a ter R$ 54 milhões para investimentos, o que contradiz o discurso inaugural de crise financeira. Outra mentira que caiu.

A gestão tucana se beneficiou da luta travada com a estatal petrolífera sobre os valores de IPTU pela gestão antecessora

Outra coisa tem sido a caracterização de um Governo 'Control C' 'Control V' (copia e cola).

Até o momento, todo o Cerimonial tem sido mobilizado para re-inaugurações de obras já existentes e a re-utilização de símbolos já criados, como foi o caso do peixinho da gestão Juan Garcia, ou seja, nada de novo senão o reaproveitamento das coisas feitas que deram certo, incluindo a troca de lâmpadas. 

Na área Social tem re-aproveitado programas criados em governos anteriores, mas vestindo uma nova roupagem. Dá-se nome novo ao que já foi criado e pronto: faz-se propaganda.

Essa tem sido a Nova São Sebastião

De pronto editou quase 50 Decretos de desapropriações, sem previsão orçamentária, sem se dizer à que política pública se destina e sem qualquer discussão prévia com a sociedade. 

Mas, sabendo onde quer investir, ou seja, com informações privilegiadas, o Prefeito adquiriu imóveis e abriu empresa com Cnaes voltados a serviços que servirão ao que pretende fazer com dinheiro público na região onde fixou residência. E abriu empresa depois que o TRE reformou entendimento da Justiça Eleitoral. Direi sobre isso oportunamente.

Há muitas outras questões que podiam ser contadas, mas isso basta por hora. Tem o lance de empresários com contrato público acompanharem o Prefeito para cima e para baixo numa relação inusual ao interesse público. Ufa, um ano e tanto. 

Que venha 2018.
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22h40min.   -   adelsonpimentarafael@gmail.com



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