A MERENDA NÃO VALE UM OVO


Todos nós lemos muita coisa sobre a Operação Prato Feito da Polícia Federal - PF - deflagrada na manhã do dia de hoje, 09. Mas, eu costumo não ter pressa. Papo de cafezinho não deve virar matéria.
Ao contrário do que inicialmente foi divulgado, a Operação Prato Feito, em São Sebastião objetivou alcançar a transcrição de conversas que envolve a gestão do atual Prefeito Felipe Augusto e alguns de seus principais assessores, na captação ilegal de recursos para a campanha eleitoral - e que se desdobraria com a manutenção de contratos na futura gestão. E foi assim que ocorreu.
Empresas envolvidas na "Prato Feito" venceram licitações no município e prestam serviços à Administração. É sobre isso também que a PF deve abrir os olhos porque essas contratações foram feitas após a vitória.
A linha de investigação sobre a formação de um cartel que fechava Prefeituras assegurando contratos nas mais variadas áreas, não só na merenda, mostra que a prática alcançou o Governo eleito do PSDB SÃO SEBASTIÃO.
O tal Samuel, coercitivo no caso, é homem da mais extrema confiança do Prefeito, um dos poucos que recebe Gratificação em seu limite - o de 100% sobre o salário que recebe pela nomeação em cargo comissionado. É praticamente um secretário particular, alguém que tem ascensão sobre a agenda oficial.
Os R$ 10 mil dessa historia, coletada no grampo, é só uma vírgula aparentemente no meio de um contexto muito mais nebuloso. E essa conversa é datada de novembro de 2016, quando as urnas já haviam consagrado a vitória eleitoral.
A Decisão da Justiça em relação a Operação é de 16/03 de 2018, afastando o Samuel do serviço público e impedindo que as empresas citadas participem de licitações.
Vou abordar isso em nova postagem, que desdobrarei sobre o assunto.
Por exemplo: a empresa que ganhou licitação em 2017 para fornecimento de medicamentos para ESFs, assim como a que vendeu os uniformes escolares de péssima qualidade, também foram alvo da operação Prato Feito. Há outras em áreas distintas.
Haverá denúncia sobre a captação eleitoral irregular. 
Não por um acaso a campanha tucana chamava tanto a atenção pelo glamour e imponência - em período de tamanha restrição financeira. O PMDB São Sebastião, sob a Presidência de Juan Garcia, já anunciou que vai levar parte desse caso à Justiça Eleitoral também.

Lembrando que os Recursos sobre as AIJEs do Ministério Público do Estado de São Paulo e do MDB, e a AIME do MDB subiram do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Também falarei disso em outra postagem.

Os dias não são fáceis para o Governo tucano em São Sebastião.
Longe de mim acusar alguém de corrupção, mas a investigação tem esse viés. Os atores envolvidos são investigados pelos crimes de corrupção ativa, passiva e fraude em contrato da merenda. É chumbo grosso do Ministério Público Federal - MPF.
Como a primeira-dama, Michelli Veneziani, que é mãe, pode não mostrar-se indignada com a troca de carne por ovo na merenda de nossas crianças? Como esposa do Prefeito e pretensa candidata a deputada, seu silêncio talvez até diga mais que uma multidão de palavras.
A Administração
Prefeitura de São Sebastião, com seu governante acuado, limitou-se a dizer que está colaborando de maneira integral com a Operação da Polícia Federal - PF. Mas, cá entre nós, essa é a desculpa trivial.
Afinal, diria o que diferente disso? 
Se há essa "colaboração integral", qual terá sido então a razão da busca e apreensão, e não a entrega voluntária de documentos? Ficam muitos questionamentos.

Não perca a sequência desta postagem.

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