NOVO CENÁRIO: O ABSOLUTISMO

Corre sério risco a balança do jogo democrático em São Sebastião/SP, e os olhos da sociedade devem estar atentos. Se posta lupa sobre a sociologia do voto aplicada nas urnas locais no último pleito, ficará a leitura de que o atual governo fez maioria (vindo da então condição oposicionista), e a que hoje -em tese- seria a oposição (durante o pleito, então governo), minoria- mas não sem ter sido significativa, com ao menos 4 nomes, para a vereança. A própria diferença de votos entre os dois principais concorrentes ao Executivo não permitiu uma distância considerável de representatividade majoritária entre o vencedor e o perdedor. Aqui fecho este introdutório dizendo que, na representatividade proporcional a população deixou claro sobre quem defenderia, e quem se oporia; e quanto ao Executivo, o eleitor disse_ você governa, mas não com lastro suficiente para dominar o tabuleiro. A democracia é fantástica, por que ela permite que os resultados obtidos nas urnas sejam distorcidos ou manipulados pela força da caneta de quem opera em tirania o plantão no poder. Sempre e infelizmente.

Na Câmara municipal, o prefeito não talhou o conhecido caminho de manutenção da maioria (faz parte do jogo), e sim opera, sabe-se lá às custas do que, pela construção do absolutismo. Exceto o vereador PAULO HENRIQUE (PH), (que embora não tenha ainda se declarado na oposição, tem atuado com firmeza na cobrança dos atos do Executivo, e isso pode ser lido como ato oposicionista), todos os demais vereadores prestam rigorosa continência aos caprichos do Paço. Pode até ser que por eventualidades isso seja alterado, mas o atual cenário da política sebastianense já é o do absolutismo. 

Questionei frontalmente o QDD (Quadro de Detalhamento de Despesas) dos quase R$ 2 milhões gastos em comunicação e publicidade_ sem ter havido certâmen licitatório para a contratação de uma agência de publicidade, na última Audiência Pública do 3° Quadrimentre de 2009, realizada na Câmara. Não havia resposta. Não havia documentos, não havia sequer interesse em socializar tais informações (vide a ausência do secretário responsável). Logo, fica a suspeita do relacionamento do governo com setores da mídia convencional. Há desconfianças sérias de cooptação do movimento popular. Há excesso de terceirização de serviços públicos à ONG's descomprometidas com o controle social, e algumas pagando supersalários. O próprio alcaide antecipou em 3 anos a disputa do pleito municipal, quando se anunciou pela reeleição. Ou seja, todos os ingredientes para sufocar a minoria e implantar o domínio absoluto do processo, estão postos. Com a palavra a sociedade.

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00h50min.                    -                        adelsonpimenta@ig.com.br