TPA AFLORA CONTENCIOSO ENTRE VIZINHOS

Sou blogueiro convicto -e como tal vou dar meu pitaco no rescaldo dessa batalha verbal entre os vereadores de Ilhabela e São Sebastião no que concerne a cobrança da Taxa de Preservação Ambiental no arquipélago, que antecede um cenário de improvável leitura para os próximos meses. E agora com a inserção do prefeito de Ilhabela, COLUCCI,  conforme nos reporta algumas matérias últimas do diário 'Imprensa Livre'. Não vou entrar nessa discussão pelo viés que está proposto pelos autores da trama, mas quero tomar por base a declaração do prefeito ilhabelense que, aproveitando-se da oportunidade, verbaliza seu descontentamento quanto a planta tributária das diversas atividades operacionais que ocorrem no canal marítimo entre as cidades vizinhas, no que São Sebastião recebe a maior fatia. Esse posicionamento apresentado pelo prefeito de Ilhabela é algo que merece profundas reflexões, e -talvez- muitos não tenham ainda se dado conta de sua dimensão.

COLUCCI, que seguramente está bem assessorado e tem medido suas ações (não creio serem impensadas nem intempestivas), só pode ter crido que este seria o timming certo para publicizar suas reais pretensões. O problema é que sua engenharia de política financeira, para dar certo precisaria de medidas que provavelmente estejam além do seu tamanho. Requer, entre outras coisas, redefinições geográficas sobre a plataforma marítima entre  os municípios -pelo IBGE; um novo "pacto federativo" regional; mudança no Código de Postura e Tributário de cada lado; um Plano Diretor elaborado com essas novas observações; estudos técnicos que mensurem impactos sociais e ambientais ocorridos e estimados; além do silêncio do lado continental da mesa. Mas, como não há trouxa nessa história, COLUCCI, no mínimo, calculou geometricamente o chute  -afinal é ano de eleições; período de contagem populacional pelo IBGE; discussão nacional sobre Plano de Investimentos da Petrobrás; luta campal por revisão no reparte das compensações pelos royalties do petróleo e do gás,politicamente no Congresso Nacional, e tecnicamente junto a ANP, enfim.

Por estas e outras é que digo, muita calma nessa hora. É inteligente por parte do prefeito de  Ilhabela reforçar um discurso bairrista, não obstante, sua caminhada é pela reeleição; no entanto, é temerário os instrumentos que o alcaide procura ofertar ao debate -por estarem muito distante do alcance de suas mãos, e conter potencial dosagem de aflorar contenciosos com o vizinho, mesmo sabendo que não levará a destino algum. Assim, fica minha recomendação para que o prefeito continue zeloso pelo bem  estar da polulação de Ilhabela e em sua trajetória política em defesa da TPA, mas sem a pretensão de esticar a corda para além das fronteiras de seus limítrofes gerenciais.
ADELSON PIMENTA

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