A ESCOLHA DE UM LADO

De longe -nesta legislatura, aqueles vereadores sebastianenses que foram eleitos para se oporem ao governo, já formam a mais governista das oposições. Isto é fato, resta ver como votam em relação a 'todas' as matérias de iniciativa do Executivo -até agora. Isso provoca um fosso entre a ação parlamentar e a direção partidária, principalmente a do PPS. O ex-prefeito JUAN GARCIA, faz oposição sistemática, com seus principais assessores (habitualmente, pessoas que ocuparam cargos comissionados em seu governo). Em minha opinião, essa insistência do ex-prefeito busca o desgaste da imagem do governo, mas não agrega outros valores pró-ativos, já que se apresenta como uma oposição tardia e meramente acusadora -e colérica. Segundo o expoente publicitário brasileiro, DUDA MENDONÇA, essa agressividade não resolve _"bater não dá votos", disse ele. Até mesmo por que, se avaliado por um prisma ainda mais conceitual, JUAN não é mais um figurante estreante no processo, ao contrário. Por sua vez, embora timidamente, tem havido nos últimos anos uma tentativa de se despolarizar a disputa.

Nesse sentido, o prefeito ERNANE PRIMAZZI (PSC), tem à sua disposição o poder da máquina e, com isso, tem mais lastro nas convergências. É natural do processo. Se vai operar politicamente em tais composições -é outra coisa. Alguns outros partidos políticos se adiantam previamente em apresentar nomes, e não necessariamente propostas. Só para citar alguns exemplos, o PSoL (com Amorim), o PDT (com PH), o PSDB (com Felipe Augusto), o PT (com Fernando), o PCdoB (com Luizinho), e o PSD (com Traud). Se houver uma articulação pela reunião dessas legendas, periga estar pavimentado o caminho real para uma terceira via forte. Outras legendas com reconhecida representatividade eleitoral na cidade, como o PV (com Wagner Teixeira), o PMDB (com Tenório), o DEM (com Coringa), o PSDC (com Baluti), ora se assanham ora não, mas compõem a base governista e lhe confere maior densidade eleitoral.

Não disponho de nenhum instrumento científico -em mãos, para aferir o que tanto se especula -na 'boca de matilde'- em relação a uma suposta desaprovação do governo. É perfeitamente possível que isso ocorra, mas que pode ser sanado com ações próprias de comunicação direta, bem como, com a socialização dos informes quanto aos investimentos públicos feitos e seus valores agregados. A política, como bem sabemos, não é uma ciência exata, e não obedece necessariamente a técnicas escolhidas -tem outros valores, reais e subjetivos. O fato é que, ainda que uma pesquisa de opinião pública séria e isenta retrate um cenário hoje, este pode ser alterado -pra cima ou pra baixo- dependendo da estratégia que se faça para corrigir distorções -em pouco tempo, e aproximar cada vez mais o cidadão e suas prioridades, dos governantes e seus investimentos é um dever de quem está no exercício do poder. Há muita coisa em jogo, já que o governo sebastianense é objeto de desejo de todos os partidos políticos. Mas, penso eu que, para cair no gosto do eleitor, para quem governa, é preciso chegar sempre ao cerne das questões urbano-sociais e resolver problemas; e, para quem quer se apresentar como alternativa ao poder, não basta bater, xingar e acusar, é também preciso propor, dialogar, enfim, com qualidade -se opor. A cidade precisa de uma política mais amadurecida, não desse projeto que intenta o poder pelo poder, simplesmente.
É o jogo!
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12h10min.     -      adelsonpimenta@ig.com.br

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