DISCUTAMOS O CENÁRIO ESTRUTURAL DA REGIÃO
Olá, uma ótima noite de domingo à todos.
O que me traz a postar aqui neste instante é uma preocupação que quero e preciso compartilhar com vocês, meus generosos leitores. Tenho feito simulações de cenários sobre as regiões compreendidas direta ou indiretamente sobre o empreendimento do Pré-Sal. Coisa de amador, pois não sou um especialista da área, mas, enquanto blogueiro e comunicador, o faço para estimular debates sobre essa questão expansionista -uma demanda que se impõe, independentemente da vontade desse ou daquele governante ou oposicionista político de plantão. Feita esta introdutória, dialoguemos:
A cidade de Ubatuba, a meu ver, está ficando -por hora- à margem dessa expectativa pelo petróleo, mas na dianteira do mercado turístico. A cidade de Caraguá, há alguns anos vem buscando e implantando uma engenharia de tráfego que visava -à priori- a melhoria do fluxo turístico, e essa planta tem servido de balizamento para outras mudanças "drásticas" que se fazem necessárias pela compreensão também desses novos investimentos na área de energia, tais como: a implantação da maior Usina de Tratamento de Gás do país, e agora a parte logística com os gasodutos. A geração de especulações imobiliárias, agulhas de acesso rodoviário, mobilidade urbana e qualidade de vida, precisam ser associados em políticas públicas integradas. A cidade de Ilhabela, por sua vez, mantém sua vocação natural pelo turismo, mas já se envolve nas questões diretas ligadas as operações e demandas do petróelo e do gás. Restou, nesta evolução a cidade de São Sebastião.
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Pois bem, no caso sebastianense, entre as muitas mexidas que estão sendo programadas de menor e médio porte, quero destacar dois projetos de elevado grau de valores agregados -já às portas- sendo o de construção de novos berços para escoamento da produção petroleira, no píer da Petrobras; e o de expansão portuária. A Prefeitura já está tocando pra frente a discussão sobre o arcabouço jurídico da cidade, o Plano Diretor Participativo, e precisará organizar com critérioS técnicos específicos um amplo programa de desmobilização social das famílias em áreas de risco -aliado a um rigoro planejamento e ação executiva de reordenamento urbano com ênfase na moradia. Os desafios estão postos e não são poucos. As medidas, penso eu, não são só locais nem pontuais, as especificidades devem ser observadas por cada governo municipal, mas parte da estratégia nos investimentos precisa dialogar regionalmente. Ações consorciadas ou correspondentes.
Na revista 'Brasil Energia' de outubro/2011, na pág. 21 -coluna "Em Off", há uma curta que nos serve de alerta, que diz assim:
Efeito Macaé
"Santos reverencia a Petrobras pela injeção de recursos e desenvolvimento. Entretanto, a cidade paulista já começa a sentir as dores do crescimento acelerado. Parte da população já se vê obrigada a migrar para os municípios vizinhos, em razão do grande aumento do custo de vida e dos preços de venda e locação de imóveis. O tráfego também dá sinais nítidos de estresse. Toda manhã uma extensa fila de veículos se forma na entrada principal da cidade. E olha que o Parque Tecnológico, que vai levar uma movimentação adicional ao centro urbano, ainda nem saiu do papel".
Por fim, Senhoras e Senhores leitores deste blog, não nos esqueçamos nem percamos de vista que os municípios da região (citados claramente por mim nesta postagem) brigam com a Petrobras para ser inseridos na área de influência do empreendimento Pré-Sal, quando só o município de Ilhabela o teria sido. Na audiência pública, realizada pelo Ibama em Ilhabela, a petição desses municípios convenceu ao órgão licenciador, que reclamou alterações no EIA-Rima discutido. Até mesmo uma malfada alteração nos dados geográficos e cartográficos do IBGE supõe-se ter sido tentado pela exclusão dessas cidades na zona de influência do empreendimento. Parece teoria conspiratória -parece. Isso gerará novas demandas, tenho por certo. E não abandonemos ainda, nesta curta fustigada do blog, de pôr à mesa das análises a real possibilidade de diminuição no repasse dos royalties do petróleo que, em tese, serve para correção de passivos e demandas ocasionadas pela atividade para o qual o tributo é pago. Há, enfim, muita coisa para ser discutida -e o timming é exatamente este. Ano que vem (2012) haverá eleições, e é bastante possível que temas públicos dessa ordem caiam no ralo das discussões eleitorais, e se percam em seus objetivos táticos pelas administrações de cada cidade. Espero que isso não aconteça, mas esperar só -é pouco.
É o jogo!
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20h28min. - adelsonpimenta@ig.com.br
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