2011 - UM GRANDE ANO PARA ANGRA 3
PAUTA DO LEITOR
( Por e-mail )
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Leonam
dos Santos Guimarães (*)
A construção de Angra 3 aqueceu a indústria
nacional em 2011. Até o final do ano, o plano da Eletronuclear é investir R$
1,4 bilhão. E o ritmo das obras devem continuar a todo vapor, já que o BNDES
liberou, no final de outubro, a segunda parcela do financiamento para sua
construção, no valor de R$ 308 milhões. No total, a Eletrobras Eletronuclear já
recebeu R$ 508 milhões do banco, que cobrirão gastos previstos na compra de
máquinas e equipamentos e na contratação de serviços nacionais até dezembro de
2011. Esse montante representa 8,3% do empréstimo, de R$ 6,1 bilhões.
Ao todo, o empreendimento demandará
investimentos diretos da ordem de R$ 10 bilhões, sendo que em torno de 75%
desses gastos serão efetuados no Brasil. Além dos recursos do BNDES, a empresa
receberá R$ 890 milhões da Eletrobras, oriundos do fundo da Reserva Global de
Reversão (RGR), cujos saldos devem ser aplicados no próprio setor elétrico.
Desse montante, já foram liberados R$ 366 milhões (41,1% do total) em duas
parcelas, pagas em janeiro e agosto de 2011.
Já a cobertura dos serviços de engenharia e
das aquisições de equipamentos no mercado externo – cerca de 1,3 bilhão de
euros – será feita através de financiamento internacional. A Eletrobras
escolheu um consórcio de bancos liderado pelo francês Société Génèrale para
financiar essa etapa do empreendimento. O contrato entre ambas as partes deverá
ser assinado ainda este ano.
No inicio de novembro, também
foi atingido um marco importante na construção civil de Angra 3. Após 17 meses
de obra, 50 mil metros cúbicos de concreto já foram utilizados. Mais
de quatro mil pessoas estão trabalhando em três turnos no canteiro, sendo que
75% são moradores da Costa Verde.
Esse efetivo deve aumentar no ano que vem
porque, além das obras civis, começarão os serviços de montagem eletromecânica.
Ao longo
de cinco anos e meio de implantação serão mobilizados, em média, cinco mil
empregos diretos, com picos que poderão alcançar nove mil colocações, no
período de maior movimentação no canteiro em 2013. A construção
civil de Angra 3 e a montagem eletromecânica serão executadas com participação
preponderante de técnicos e profissionais brasileiros.
Em agosto deste ano, a Eletronuclear lançou o edital de
licitação para a contratação dos serviços de montagem eletromecânica do
empreendimento – uma das maiores
licitações no mercado nacional. Por solicitação das
empresas que pretendem participar da licitação, a empresa prorrogou o prazo de
pré-qualificação das candidatas em participar da licitação, cujo orçamento está
estimado em R$ 1,93 bilhão. A data-limite passou de 31 de outubro para 21 de
novembro de 2011. Dessa forma, as candidatas terão mais 15 dias úteis para
entregar os documentos de habilitação e a metodologia de execução dos serviços.
Os concorrentes podem participar da
licitação de forma isolada ou em consórcio de até quatro empresas. Numa
primeira etapa, será verificada a habilitação jurídica, a regularidade fiscal,
a qualificação econômico-financeira e a qualificação técnica. Na segunda etapa,
serão analisadas as linhas metodológicas para a execução dos serviços. Após
esse período de pré-qualificação, haverá uma segunda fase, na qual as empresas
consideradas pré-qualificadas serão convidadas a apresentar suas propostas de
preços.
A expectativa da Eletronuclear é que o
processo de contratação, que vai desde a fase de pré-qualificação até a
formalização dos contratos, leve aproximadamente oito meses. Estima-se que as
empresas vencedoras dos pleitos iniciem suas atividades no canteiro de obras
até maio de 2012.
Angra 3 terá 1.405 megawatts de potência e
está prevista para entrar em operação em dezembro de 2015. A Usina será capaz de
gerar mais de 10 milhões de MWh anuais, energia suficiente para abastecer as
cidades de Brasília e Belo Horizonte durante um ano inteiro.
Ficha técnica:
- Potência instalada: 1.405 MW
- Projeto Básico: Siemens/KWU, atual Areva
- Reator PWR (água leve pressurizada)
- Área: cerca de 82.000 m²
- Concreto: 200.000 m3
- Aço: 30.800 t
- Equipamentos: 17 mil t
- Pintura: 370 mil m2
- Grau de nacionalização: 54% (em valor)
- Investimento:
- 600 milhões de euros em
equipamentos já adquiridos
- R$ 9,9 bilhões para
conclusão (base de preço – 06/2010)
(*) Assistente da Presidência
da Eletronuclear, doutor em engenharia e membro do Grupo Permanente de
Assessoria em Energia
Nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)
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13h20min. - adelsonpimenta@ig.com.br
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