DESCONTINUIDADE OU REFAZIMENTO PELA PATENTE

O conceito de administração pública vem sendo aprimorado -aos poucos; falta muito é bem verdade, mas tem havido avanços significativos em alguns lugares pela qualidade da gestão pública, com gestores políticos comprometidos com a qualidade de suas administrações. E mais, arrisco em dizer que, na maior parte dos lugares onde isso tem ocorrido, independentemente do traquejo político da pessoa ou de sua atuação social as vezes até um pouco simpática, isso tem tido mais efeito sobre a avaliação que o eleitor tem feito sobre seu governo; ao passo que, tais gestores não só tem conseguido a reeleição com maior desembaraço como tem feito seu sucessor -e ainda conseguido ser eleito para cumprir outros mandatos eletivos para os quais tem se proposto. Este é um fato. 

Outro fato, contrário deste que citei acima, infelizmente, tem sido a descontinuidade; ou seja, o gestor público que sucede o anterior, por capricho eleitoreiro ou por uma visão de estratégia diferente reproduz um exercício financeiro sobre os investimentos que não privilegiam determinadas obras públicas feitas na gestão anterior. Por óbvio que cabem ressalvas neste caso, pois há obras herdadas que não trazem a qualidade técnica necessária, com estrutura comprometida e funcionalidade questionável, enfim. Mas, penso eu, nesses casos é preciso haver rigorosa auditoria inedependente e a formalização de denúncia junto aos órgãos competentes. Todavia, na maior parte dos casos conhecidos, a descontinuidade é um claro absurdo de picuinhas eleitorais -e só.

Por fim, num outro caso, mas com certa semelhança com o que acabei de citar, está a busca pela patente política sobre investimentos públicos de outras gestões, de maneira que se promove o refazimento. Na maioria das vezes sem a devida necessidade -quando uma pequena reforma resolveria. Esse descalabro da vida pública, recorrente ainda Brasil à fora, seguramente traz prejuízos não só aos cofres públicos, mas faz regredir estágios importantes do desenvolvimento local, além de não supor qualquer contribuição com o planejamento adequado para cada cidade. Dessa forma, penso eu, uma das questões a ser discutida neste pleito eleitoral de 2012 é a responsabilidade com o emprego do dinheiro do povo.
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00h35min.        -         adelsonpimenta@ig.com.br

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