O TURISMO É UM SÓ

Na audiência pública pela discussão sobre o projeto de ampliação do porto de São Sebastião, realizada pelo Ibama, na edição de Ilhabela, o vereador sebastianense MARCO TENÓRIO (PSC) (entusiasta do porojeto, e oriundo do setor portuário), em seu pronunciamento -no uso do microfone (consta em Ata), buscando contrapor a versão mais coentada pelos ilhabelenses de que o rojeto em discussão traria prejuízos ao movimento turístico daquela ilha, disse que era preciso também considerar os impactos que São Sebastião sofre justamente pelo que Ilhabela mais clama -o turismo, citando dois exemplos claros, sendo:
a) o lixo retirado dos navios transatlânticos, que são descarregados no porto sebastianense;
b) a fila das balsas, que mudam todo o fluxo de trânsito na cidade onde legisla, provocando transtornos. 
E terminou por reclamar que isso não estava sendo considerado pelos ilhabelenses contrários a ampliação do porto de São Sebastião. Pois bem, nesta alta temporada (assim como em todas as outras) pode-se ter uma clara noção do que o vereador TENÓRIO queria dizer, pois a fila para a travessia do canal entre as duas cidades é sempre muito grande e de fato altera todo o já sufocado trânsito da cidade. Nessa mesma linha de raciocínio, o período de melhor faturamento com o turismo em Ilhabela, é o mesmo de São Sebastião, logo, há impactos sim. Ilhabela recolhe uma taxa de preservação ambiental, e São Sebastião não e, mais que isso, não há refresco para os sebastianenses (placas do automóvel, enfim, qualquer coisa que valha como esta identificação) para que estes sejam isentos do pagamento. Dessa forma, setores importantes de Ilhabela se contrapõem ao projeto de ampliação do porto de São Sebastião, principalmente sob os argumentos de prejuízo ao seu maior capital -o turismo, o fazem em detrimento das consequências sofridas por São Sebastião com o mesmo segmento -o turístico. Penso que o foco deveria ser outro. É óbvio que o Governo do Estado, por sua vez, interessado maior nessa discussão, deve assumir logo o papel de linha de frente nesse processo -no sentido de equacionar problemas e gerar soluções, por que só querer aprovar um projeto à fórceps fazendo com que as cidades irmãs se rivalizem pelo mesmo setor de economomia que atende a ambos os lados, não dá. E pior que isso, o Governo do Estado, por meio da Cia. Docas de São Sebastião, foi claro nas audiências públicas pela discussão desse projeto, dizendo que a idéia é investir na ampliação e modernização do porto -com dinheiro público envolvido, para depois entregar nas mãos da iniciativa privada. Enfim, comecei com o discurso do vereador TENÓRIO, passando pelos reclames justos dos ilhabelenses, mostrando que São Sebastião também tem impacto com esse turismo da Ilha, porque também tem o seu, mas fundamentalmente mostrando que o Estado só quer discutir o bônus do projeto, mas lava as mãos quanto ao ônus -que será todo das duas cidades, quiçá das demais vizinhas, como Caraguatatuvba e Ubatuba. Ademais, o Turismo sendo discutido por este viés está incorrigivelmente equivocado, afinal turismo dá lucro, não prejuízos. A meu ver, esse debate está longe de ser dado por esgotado, e o Estado não pode continuar fazendo cara de paisagem. O que acham?
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12horas          -           adelsonpimenta@ig.com.br

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