A INCÓGNITA

Nessas eleições municipais, no caso de São Sebastião, há alguns paradigmas que podem ser quebrados, como há incógnitas -principalmente. O que efetivamente o eleitor decidirá é sobre quem estará a frente dos poderes locais para lidar com impactantes agendas públicas de demandas nacional e estadual com forte interesse, influência e interatividade local e regional. Os desafios são comentados e as expectativas especuladas, mas, à julgar pela forma como os correligionários políticos, asseclas e aspones tem se comportado e manifestado (em sua maior parte) nas redes sociais, o debate pragmático tende a perder espaço  para o esvaziamento de idéias progressivas; e, no que se espera entre os candidatos aos cargos eletivos, tanto na majoritária quanto na proporcional, o debate programático pode perder lastro para radicalismos e afrontas entre as histórias pessoais de cada um, e tomara eu esteja equivocado; e, finalmente, pelo que se pode perceber ao alcance da visão, entre os partidos políticos o debate de agendas e bandeiras tende a ficar resumido aos antecedentes criminais de cada um e sobre procedimentos administrativos ou judiciais -o que torna o cenário eleitoral bastante nebuloso e, pior, enfraquece até mesmo a discussão política necessária para a sociedade.

No comando do Governo, o Prefeito ERNANE PRIMAZZI e seu vice, WAGNER TEIXEIRA, tem o desafio de quebrar esse paradigma de que a honrada e generosa população sebastianese não reelege seus governantes. A incógnita, neste caso, não se resume a essa pretensão, mas principalmente sobre como o tabuleiro desse jogo será proposto, já que a possível rejeição das Contas do ex-prefeito JUAN GARCIA, pelos vereadores, pode tirá-lo da disputa ('Ficha Limpa') e isso servirá para alterar consideravalmente as peças em movimento e as jogadas pensadas por cada grupo concorrente. Não obstante, comenta-se que nos cochicholos do poder já há lideranças jogando a 'tereza' pela janela de seus grupos e descendo em direção a máquina. Há reclames contundentes sobre o que se pode chamar de 'tráfico de influência' de um outro pretenso candidato à majoritária, que estaria garantindo, aos que lhe manifestarem apoio eleitoral, que suas casas não entrarão num louco programa de demolições especulado pelo DER sobre vários imóveis às margens da Rodovia, na altura da Costa Sul. Estou em busca de maiores detalhes dessa terrível equação e, tendo-os, trarei aqui. Se, eventualmente, isso restar provado, creio que esse pretenso candidato também terá problemas, jurídicos e políticos, o que também fará com que as peças se adiantem nesse tabuleiro. Enfim.

Na Câmara, deverá haver novidades. Até aí, nada demais; afinal, os Vereadores PH e ARTUR devem disputar a Prefeitura, além de ter sido aprovado o aumento na quantidade de vereadores para a próxima legislatura. A incógnita, neste caso, não reside aqui, e sim no perfil político desses que serão os novos ocupantes dessas cadeiras -em relação ao que se espera frente as demandas da cidade. E mais, é tão importante a questão da definição da majoritária, que isso influenciará diretamente nas coligações proporcionais também. Vale lembrar que, a busca pelo quociente eleitoral é um desafio dos partidos e suas nominatas à vereança. Dessa forma, a eleição municipal será também, mais do que nunca, uma grande incógnita. Os critérios pelo voto são sempre muito subjetivos, mas o voto é factual, e dele resulta os eleitos representantes do povo. A outorga das urnas confere esse direito e imputa essa responsabilidade, porquanto, ainda que os mandatos sejam dos partidos, o voto ainda é uninominal -e isso faz muita diferença. O óbvio, mas nunca tão difícil de ser estudado previamente. 
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14h08min.        -         adelsonpimenta@ig.com.br

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