FALEI COM WAGNER TEIXEIRA

Setores da mídia deram cobertura e ainda estão procurando maiores informações acerca do evento ocorrido com o vice-prefeito de São Sebastião, WAGNER TEIXEIRA, quando este foi abordado por uma equipe de fiscais do Ibama e do ICMBio, quando conduzia sua lancha de recreio -onde alguns amigos acabavam de pescar. Ontem a noite, fui até a Delegacia da Polícia Federal para tomar pé do ocorrido e seus desdobramentos, mas não foi possível conversar com o Delegado. Na porta, já de saída, falei com WAGNER, que se mostrava absolutamente tranquilo e me disse que não será provado que ele estava em área com restrições para a atividade, já que teria sido abordado nas proximadades do Montão de Trigo. Perguntei sobre o motivo dessa ação dos agentes de fiscalização então, e WAGNER me disse que eles haviam interpretado que ele estaria em local proibido, mas ele nega. E disse mais, não há qualquer demarcação física sobre essa área, e sim imaginária, que para ser identificada depende de equipamentos eletrônicos que sua pequena embarcação não possui. Soube também que ele havia protocolado no último dia 19/03 seu pedido de exoneração do cargo de Secretário de Governo do Município. Hoje (23), porém, voltei a falar com ele -em seu gabinete.
A conversa de hoje:
WAGNER foi muito solícito com este autor, como de praxe, e me disse que chegou por último na sede da Polícia Federal, justamente por ser o condutor e proprietário da embarcação. Com a chegada da Capitania dos Portos, verificada a documentação, por estar tudo em ordem, esta foi liberada. Daí o atraso em sua apresentação. WAGNER disse que a equipe de fiscais não portava talão para a lavratura de infrações, e que esta estava acompanhada de uma repórter da 'Folha de São Paulo' e, por conta desse contratempo, foi convidado à acompanhá-los até a cidade, tendo faltado óleo em sua lancha, já próximo do destino, quando foi rebocado pela equipe de fiscalização e logo socorrido por um amigo. WAGNER disse crer na capacidade profissional e isenção do Delegado da Política Federal na condução do Inquérito aberto e assegurou que será este instrumento policial que lhe dará a razão, sobre o que está sendo acusado. Segundo ele, por ser do Partido Verde, liderará um processo crítico para que o Ibama demarque a área, pois está preocupado com os pescadores artesanais. Finalizou, porque haviam outros setores da mídia à espera de uma entrevista, dizendo que "continuará pescando por que faz isso há anos e por ser um caiçara apaixonado pelo mar e que essa é uma questão de ordem pessoal", e que agora é ele quem quer ver tudo resolvido, com a prova de sua absoluta inocência no caso.

OPINIÃO
Todo caso que envolve possíveis práticas contra o meio ambiente e atente contra a sua preservação -precisa ser coibido, e deve haver punições no rigor da lei. Não deve haver concessões, nem apadrinhamentos. Isto posto, vou dar um breve pitaco acerca desse ocorrido. Assisti a entrevista das pessoas, li matérias e conversei com o Wagner, de maneira que entendo haver mais dúvidas que certezas sobre o caso. Na Polícia Federal será produzido um Inquérito que trará mais luz ao assunto. O vice-prefeito de São Sebastião tem direito de lazer e de cuidar de sua vida pessoal, assim como qualquer um de nós, mas precisa redobrar sua atenção por alguns motivos, entre os quais, pelo fato de ser uma pessoa pública e também por este ser um ano eleitoral. É natural que, mesmo antes do resultado do Inquérito Policial, seus adversários explorem o evento eleitoralmente e ele, ao que parece, lida bem com essa situação. Sua preocupação à mim demonstrada foi justamente com os fatos e não com as versões, o que é um diferencial para quem exerce vida política.
Questionamentos:
> Na foto do jornal 'Folha', salvo engano, vi um agente do Ibama com uma arma de fogo na cintura (se estiver equivocado, por favor, me corrijam), e tenho entendimento de que isso seja ilegal, mas não afirmo isso, apenas pergunto:_É? A Polícia Federal é quem tem esse direito e dever, penso eu, tanto que acompanha os órgãos fiscalizadores em ações dessa ordem. Ou não? Então, cabe a pergunta:_
> Por que é que a PF não estava lá, nem havia talonário para lavratura de infração, e quem estava presente era uma repórter de um veículo de comunicação? Ora, que privilégio é esse para a 'Folha'? Quem bancou esse passeio? A quem pertencia a lancha? Qual era a finalidade dessa incursão no mar, tendo à bordo uma repórter e não a PF? 
> E quanto ao produto pescado, para qual entidade foi doado? 
Finalmente, uma discussão está aberta e é de suma importância, como a de se conhecer os limítrofes das áreas restritas à essa atividade? O que pode efetivamente ser feito para melhorar esse contato visual na área? Enfim, são questionamentos que servem de substrato para balizar uma interessante e necessária discussão. Não me anteciparei em apontar culpados ou inocentes, erros e acertos, por entender que não gozo desse direito, optando por aguardar as diretrizes do Inquérito da competente Polícia Federal.
É o que tenho à dizer, por hora. 

Atualização, às 22h50min.
Após distribuir o link desta postagem no facebook, alguns debates estão acontecendo  e uma das dúvidas que apresentei, smj, acaba de ser sanada, (há outras...), com o que postou em comentário o Sr.  Jobson Oliveira:_
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20h35min.        -        adelsonpimenta@ig.com.br

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