ENTREVISTA DO D. ODILO SCHERER

A entrevista do d.ODILO SCHERER ao 'Caderno 2' do Estadão (30/03), quando falou sobre os principais desafios da Igreja e de ser arcebispo de São Paulo, merece ser lida com atenção. Ele explica:_"Não escolhemos partidos nem candidatos, mas ajudamos os fiéis a discernirem sobre cada um deles". Optei por recortar alguns trechos para fazer um breve comentário:

Como, então, frear a perda de fiéis para igrejas pentecostais?
Não há outro modo, senão ajudando os fiéis a se sentirem fortalecidos na própria fé e enraizados na Igreja. Mas a ideia que se passa é que só a Igreja Católica está perdendo fiéis. Outras perdem, porcentualmente, muito mais. Se vocês olharem o censo de 2000 a 2010, verão o quanto a Igreja Universal do Reino de Deus perdeu. Hoje, há uma oferta religiosa muito ampla, e eu diria agressiva. As pessoas, de alguma forma, estão sob pressão para fazer novas escolhas.

OPINIÃO
Não sei qual seria o instrumento de "pressão" acusado pelo arcebispo, portanto, discordo da afirmativa em seu conceito. Vejo que há sim, por parte das igrejas pentecostais uma estratégia muito bem definida e com pastores que são bons oradores, logo, usam para valer o poder do convencimento. É diferente de se fazer pressão.

Este é um ano de eleições. Na sua opinião, a religião deve influenciar a política?
Não sei se a religião deve influenciar a política, mas as convicções religiosas dos cidadãos repercutem na política. Religião e política não se fundem, não se sobrepõem, mas é muito difícil separar as duas coisas.

Qual a orientação da Igreja Católica para o processo eleitoral deste ano?
A mensagem dos bispos é para que o povo se interesse pela participação política, procure conhecer bem os candidatos. Fiquem atentos à aplicação da lei 9.840, contra a corrupção eleitoral, o abuso do poder econômico e a compra de votos. Enfim, estejam atentos para escolher candidatos idôneos.

A Igreja apoia candidatos?
Não costumamos indicar candidatos, porque é uma questão de escolha livre e consciente de cada um. Recomendamos, também, que o clero não tome posição partidária, pois isso cria divisões. Não escolhemos partidos nem candidatos. Mas ajudamos a comunidade a discernir sobre cada um. E possa escolher aqueles sintonizados com nossas convicções - de justiça social, atendimento das necessidades da população carente, justiça econômica, promoção do desenvolvimento, respeito à dignidade da pessoa e moralidade pública.

OPINIÃO
A abordagem da Igreja, neste contexto, é perfeita. Percebo inclusive que, nesse sentido, a Igreja Católica se mostra bem diferente das pentecostais - em boa parte dos casos. 
Leia a entrevista na íntegra, clicando -aqui-.
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10h44min.       -         adelsonpimenta@ig.com.br

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