A VAIA NA DILMA
Já disse aqui por várias vezes e reitero, sou municipalista por convicção.
Porquanto, nada mais expressivo que ver Prefeitos de várias cidades
brasileiras lutarem por aquilo que entendem (se é que entendem de fato)
como sendo um "direito" de seus Municípios. No entanto, a luta pela nova distribuição dos royalties é indigesta e injusta, não a que busca reparações sobre as riquezas do pré-sal, esta já está na conta dos debates e é ponto pacífico, mas sim aquela que quer esticar a corda da sandice da Emenda Íbsen -0 que terminou por originar toda essa discórida nacional que, de certa forma, termina dividindo perigosamente o país, criando rivalizações desnecessárias e superficiais. Isso é péssimo.
Cronologia deste blog na discussão (capítulos mais recentes):
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. Em 21/03/12, publiquei:_"CNM: Minhas convergências e divergências";
. Em 26/04/12, publiquei:_"Relator dos royalties não consegue consenso";
. Em 06/05/12, publiquei:_ "Situação fiscal dos Municípios em debate".
No evento do dia 15, organizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), em Brasília, sendo chamada de 15° Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, para uma platéia de muitos Prefeitos, o Presidente da entidade fez uma cobrança frontal - e natural sobre a Presidenta do país, DILMA ROUSSEF, e acertou - a meu ver - quando criticou o Governo federal pela forma como define sua política de construção de creches públicas no país (à exemplo daquela que foi feita no Bracuhy, em Angra), que estaria sobrecarregando as contas municipais, e disse:_"Só nós (Municípios) estamos gastando", e enfatizou:_"O que existe hoje entre Estado e União é montaria, não parceria", falou PAULO ZIULKOSKI, que ainda cobrou a sanção do Código Florestal e questionou a distribuição dos royalties do petróleo, e errou - a meu ver - metendo essa:
Declaração
"Não existe Município nem Estado produtor,
o que tem é confrontante"
PAULO ZIULKOSKI
Presidente da CNM
A Presidenta DILMA, fez um discurso visivelmente irritada.
Já próximo de concluir sua participação no evento, começou a ouvir um
coro uníssono dos Prefeitos por "royalties, royalties" e assim ficaram
por um tempo, exigindo uma declaração de DILMA sobre o projeto que
tramita no Congresso Nacional sobre a nova distribuição dos royalties, e
a Presidenta assumiu o bastão da prosa, declarando em alto e bom som:
Declaração
"...Eu vou dizer uma coisa,
Não acreditem que vocês conseguirão resolver a distibuição de hoje para trás.
Lutem pela distribuição de hoje pela frente"
DILMA, Presidenta do país,
encerrando abruptamente seu discurso, irritadíssima.
Ela foi vaiada
É
óbvio que compreendo que esta seja uma agenda do Congresso Nacional e
não do Executivo, mas não há como negligenciar com a verdade sobre a
atitude séria e corajosa de ambos, tanto do Presidente da CNM que não se
intimidou nem se fez de rogado ao expressar na presença da Presidenta
sua pauta de reivindicações, quanto da Presidenta DILMA que, em
detrimento de fazer média com so Prefeitos presentes, com o dedo em
riste para o Presidente da CNM, foi cirúrgica em seu posicionamento. A
reação espantosa e descortês dos Prefeitos pode ser um sintoma desse
clima que foi criado no país, de divisão. Isso pode influenciar os
Deputados e Senadores? Duvido! Mas, de qualquer sorte, ela deixa claro
que sustentará o veto presidencial feito pelo ex-presidente LULA e, fica
a leitura de que, havendo insistência nessa guerra, como previu os
"produtores", a disputa terminará sendo arbitrada pelo STF. Caso isso
chegue a este cume, restará claro que, apesar de ser uma casa de
Debates, os Congressistas brasileiros não foram capazes de se entender
sobre as riquezas de seu próprio país. A política é mesmo uma ciência
ilógica.
É o jogo!
Foto: 'ig'
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