E AGORA, DOUTÔ.?

O Município de São sebastião/SP, está sob Decreto de Estado de Calamidade Pública, com cobertura fundamentalmente em relação aos fatos ocorridos na região da Costa Sul. Deslizamento de muita terra às margens da única rodovia que liga a região central ao local, vários locais com alagamentos, famílias desalojadas - e por aí vai. Ao mesmo instante, a comunidade do bairro do Itatinga, na região da Topolândia, amanhece preocupada demais com o fato de as águas das chuvas torrenciais levarem consigo material tóxico que está numa área que foi desocupada no local, em que a Petrobras incrivelmente diz não saber se é de sua culpa a contaminação, mesmo sendo, entre outras coisas, material como borras de petróleo - em quantidade assustadora, mas, que diz, por meio de seu representante na área ambiental, ter assumido a responsabilidade custosa pela descontaminação da área, em face de seu "dever social". Ambas as questões preocupam.


Em relação aos projetos logísticos de grande porte, a cidade também está no centro nevrálgico de alguns dos mais significativos investimentos, sendo: 
Pelo Governo do Estado, a abertura de uma nova e imponte rodovia que vai rasgar uma parte da serra com mata atlântica, ligando os acessos de importantes rodovias, entre as quais a Presidente Dutra, até o Porto de São Sebastião, que também está na alça de mira de vultuosos investimentos em sua ampliação. 
Pelo Governo Federal, por meio da empresa Petrobras, os investimentos são em projetos que dialogam pela construção de um novo píer no lado norte da parte aquaviária do Terminal. 
No primeiro caso, a discussão com os órgãos ambientais já avançou bastante, mas ainda restam pendências e dúvidas. No segundo caso, a Cetesb chegou ao absurdo do entendimento técnico de não haver necessidade de um EIA_Rima; o que caiu. A empresa Petrobras ai ter que apresentar um EIA_Rima e haverá a promoção de audiência pública.

No que se refere a questão política local, ela está judicializada. 
O Prefeito da cidade, reeleito nas urnas, teve seu diploma cassado pela Justiça Eleitoral em 1° instância, ou seja, numa decisão monocrática, sob uma acusação que compreendo carecer de  fundamento, de subsídios concretos; e uma Sentença Judicial - que tenho entendimento ser precipitada, motivada com base mais uma tese que num fato. Respeito, já disse isso, mas, discordo. O Prefeito aguarda a publicação para ingressar com Recurso, além do pedido de recorrer sem deixar o cargo. O beneficiado com a ação - que também é o responsável pela denúncia, o ex-prefeito da cidade e segundo colocado nas últimas eleições, aguarda, não sem assegurar que tomará posse, com a mesma convicção de que afirmava dias antes que exatamente na sexta-feira a decisão seria contra o prefeito no mandato. Ele acertou em cheio. Incrível a precisão de sua afirmação política com a decisão judicial, igual a ponteiro de relógio suíço. É um exímio jogador, admitamos. 

O Presidente da Câmara, que teve seu mandato cassado no fim da legislatura passada, justamente por manobras articuladas judicialmente pelo mesmo autor desta ação, que, entre outras coisas, conseguiu uma intervenção partidária sobre o Diretório constituído do seu partido na cidade - que tinha um assento na Câmara com este mesmo vereador, será o sucessor imediato até que o segundo colocado seja diplomado,m quando, oficiado pela Justiça, deverá dar posse ao seu algoz, neste caso, o ex-prefeito. Quem elegeu foi o povo; quem cassou foi um Juiz Eleitoral; quem dá posse é a Câmara. bastante coisa envolvida no caso. Se o Prefeito obtiver vitória na Justiça, recorrerá da decisão sem deixar o cargo; do contrário, começa-se um outro jogo.

Lá no interior do Brasil, nas cidadezinhas onde as pessoas se conhecem e estão acostumadas a uma vida sem muito sobressaltos, quando ocorre algo de natureza extraordinária, como é o caso em São Sebastião agora, perguntam a si mesmos, aos 'cumpadres' ou para quem se aproxima:_E agora, seu Doutô"?
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14h23min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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