GRAÇA FOSTER NO CANAL LIVRE: COMENTÁRIO
Ontem a noite (14), a Presidente da Petrobras, GRAÇA FOSTER, foi entrevistada pelo Programa 'Canal Livre' da TV Bandeirantes. A executiva trouxe informações ao público, que realmente não são lidas por aí. Eu, que pouco ou quase nada entendo desse mercado, resolvi fazer um ligeiro comentário acerca de alguns detalhes pinçados de sua boa entrevista concedida aos jornalistas MITRE, PANUNZZIO e SANDRO BARBOSA, principalmente no que me encuca em relação a tal da economia e também no que se refere ao Terminal Marítimo Almirante Barroso, o Tebar, em São Sebastião/SP, onde vazou óleo recentemente e para onde a empresa e a Transpetro, sua subsidiária, projetam investimentos na expansão.
Impressionantemente, com um discurso visivelmente voltado para o mercado financeiro e, em especial, para os acionistas, ao responder sobre a autossuficiência do país em petróleo, depois de se corrigir dizendo não ter sido em 2004 e sim em 2006, a CEO da empresa involuntariamente desmontou toda a estratégia de marketing do Governo Federal quando disse que o consumo de combustíveis no país aumentou muito e surpreendeu a Petrobras, dizendo que o Brasil só deverá voltar a ser autossuficiente em 2014. Fico me perguntando: como assim? O Governo Federal que, segundo palavras da própria FOSTER, é um acionista e o controlador, que é quem tem o poder e o dever de interferir nos rumos da empresa, ao adotar medidas de incentivo ao consumo, tais como a redução do IPI sobre os automóveis, não teria estimado o aumento nas vendas e consequentemente em maior poder de consumo de combustíveis? O Ministério da fazenda não teria dialogado com a direção da empresa, assim como não fez com os prefeitos de todo o país que arcam com a cortesia que a União faz com os cofres dos Municípios? Essa tal da macroeconomia é mesmo algo que mexe com a gente.
A toda poderosa da Petrobras, GRAÇA FOSTER, foi taxativa ao dizer que é preciso aumentar a capacidade de refino, logo, supõe-se, pelo aumento da produção do Pré-Sal, que, segundo ela, já produz acima das expectativas e projeções prévias da equipe técnica da Petrobras e que em 2020 estará produzindo sozinho mais da metade de tudo o que se tem hoje. Embora tenha dito que, além das duas refinarias em construção, outras duas serão necessárias, ela não foi clara sobre o local para onde se planeja isso. Eu, cá com meus botões, mesmo sem que ninguém tenha me dito, ouso em arriscar que uma refinaria dessas que será em breve anunciada, o será para uma das cidades do Litoral Norte paulista. Digo o porquê: Ora, se o Plano Diretor de Logística da Petrobras definiu os Terminais de Angra (Tebig) e de São Sebastião (Tebar) para expansão para atendimento do aumento da produção, por que não investir numa refinaria nessa região? Os custos seriam menores. E arrisco em dizer mais: Será em Caraguatatuba/SP. Depois vocês me contam. Mas, em Angra há lugar, principalmente nas áreas do Zungú e da Caputera.
Ela disse ter sido um acerto haver duas empresas, uma de biodiesel e outra de etanol. Em relação a Refinaria Abreu e Lima, ela falou que a obra está com 72% de realização física, mas isso já é atraso e eivada de aditivos. A parceria com a Venezuela não andou, e o Presidente Chávez faleceu. Perguntada sobre a continuidade dessa parceria, disse a FOSTER:_"Ela está no negócio. Ela precisa chegar". Disse também que os incentivos culturais serão mantidos. Em suma, foi isso.
Ela foi perguntada sobre o vazamento de óleo no Tebar. Mas, sobre isso falarei daqui a pouco, em postagem subsequente.
Acompanhe a sua entrevista ao programa Canal Livre:
+ Parte 1
+ Parte 2
+ Parte 3
+ Parte 4
-
19h20min. - adelsonpimenta@ig.com.br