ABORDAGENS QUE A IMPRENSA LOCAL DISPENSA

Olá, boa tarde.
Não tenho estrutura sequer semelhante a que tem setores da imprensa local, como a escrita e a radiofônica, por exemplo, mas, asseguro, no que concerne a ímpeto e olhar mais amplo, no mínimo, ouso em me equiparar. Porém, antevendo costumeiras avaliações precipitadas sobre o que tenho escrito, me adianto em sugerir que cuidem para que que não haja confusão sobre o papel que cada um desempenha neste contexto: Eu escrevo um blog autoral com conteúdo meramente opinativo; já os meios de comunicação tradicionais trabalham e faturam fazendo jornalismo, e é daí que parte minha modesta contribuição crítica - com esta postagem.

Sou ávido consumidor de notícias, me envolvo bastante com as questões locais e regionais e tenho profundo apreço pelo papel desempenhado pela imprensa. Observem, todavia que, a despeito de se buscar assuntos que nos informe sobre condições não vistas a olhos nus, setores importantes da imprensa local e regional tem se dedicado a reproduzir exatamente aquilo que produz de notícias os órgãos públicos - por meio de seus releases; quando não, matérias frias, mais da mesmice - e só. Eu, enquanto entusiasta de uma imprensa sempre mais criativa e leitor contumaz de periódicos informativos locais me sinto no direito de exigir mais...

Ora, tivemos duas audiências públicas, realizadas em São Sebastião/SP e Ilhabela/SP, quando foi discutido um megaprojeto de expansão do Porto de São Sebastião. O conceito desse projeto foi debatido nessas reuniões, mas não analisados por reportagens provocativas. Agora, o Congresso Nacional está debatendo - à seu modo - a chamada MP dos Portos que, da forma como o Executivo pensou seria de um jeito; com as Emendas apresentadas, de outro, que, segundo os governistas, chegou ainda mais próximo de um produto melhor - alinhavado então num certo consenso entre os congressistas; porém, com a Emenda Aglutinativa apresentada pela liderança do PMDB, por meio do deputado Eduardo Cunha, muda-se radicalmente a sua forma e conteúdo. 

Nesse sentido, caberia saber como fica o conceito definido para investimentos bilionários do Estado no Porto de São Sebastião. se aprovada a MP dos Portos, como ficaria esse projeto - conceitualmente? Creio que essa seria uma contribuição importante que a imprensa local poderia dar, apresentando reportagens exclusivas, entrevistas com especialistas, enfim. Há vários outros casos, mas, para não ficar espichar demais a prosa ficarei retido num só exemplo, o posto acima. Esta é uma das agendas públicas que, em meu entendimento, os vereadores também poderiam trazer ao cento do debate municipal. 

A MP dos Portos é uma mexida bastante substancial que o Governo Federal  tenta dar no setor para desatar nós logísticos e infraestrutura no país, mas, além de interesses econômicos poderosos serem uns contrariados e outros alcançados pelos benefícios das alterações, há, acima de tudo, o interesse público. É da lavra do Estado a autoria do projeto, mas é do bolso do contribuinte o custeio dessa engenharia toda; conquanto, investimentos que precisam da lupa da sociedade. É justamente neste contexto que apresento minha crítica - cortesia do blog, no sentido de chamar a imprensa local e regional para entrar no assunto, revirá-lo, discuti-lo, entendê-lo ainda mais, informar a todos nós com mais precisão, com vários olhares sob o mesmo projeto, buscando o contraditório, conhecendo as opções, avaliando cenários, discutindo conjunturas, enfim.
Espero ter sido compreendido no que reclamo.
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14h39min.     -       adelsonpimenta@ig.com.br

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