DA CONVERSA DE HOJE COM AMIGOS NA E SOBRE A CIDADE

Defendo um ponto de vista sobre a questão econômica de São Sebastião - e trago aos debates. Hoje (10), conversava com alguns amigos da cidade e o foco era a forma como o comércio local está com movimento aquém de suas expectativas e a falta de turistas, principalmente no Centro histórico. Nenhum dos dois deixa de ser uma verdade, mas, depois de ouvir atentamente a cada um, apresentei minha opinião e compartilho aqui com vocês. Longe de dar esta como a palavra final, minha participação é no sentido de contribuir com as necessárias discussões.

Primeiro foi colocado que havia uma promessa do prefeito de que navios transatlânticos atracariam no porto da cidade. Depois, por uma avaliação interessante, ficou dito por outro que o turismo tradicional ocorre de fato, mas nas Costa Sul e não na região Central. Minha participação foi a de alertar que o projeto do Governo do Estado - por meio da Cia Docas de São Sebastião, de expansão portuária, conforme dito na audiência pública realizada no ginásio do Tebar Clube, se dará fundamentalmente para escoar a produção de grãos do interior de São Paulo e para outras atividades de exportação de bens e produtos. Não foi apresentado traços de engenharia para atracação de navios de turismo. Alguém disse que isso podia e pode ser feito, bastando haver gestão da Prefeitura sobre os empreendedores do Estado. Conversa boa.

Na mesma conversa, abordamos o projeto de expansão do Terminal Aquaviário da Transpetro, o Tebar. Eu disse-lhes, por conta de ter participado de todo o processo público de discussão do projeto de expansão do Tebig em Angra, desconfiar que a Petrobras deva estar providenciando essa expansão em São Sebastião - para dar ao Tebar mais capacidade e intensidade de exportação. Se essa suspeita tiver fundo de verdade, tanto as operações do Porto como as do Terminal Marítimo trarão incrementos importantes de receita, principalmente com ICMS e ISS para os cofres públicos. Ao mesmo tempo, não havendo uma política pública de fomento ao turismo, o comércio tende a morrer por inanição.

Pois bem, minha compreensão é a de que nos próximos anos, provavelmente cairá no colo do prefeito que suceder o atual, o município sebastianense recuperará sua condição de líder regional em termos de ambiente de grandes negócios, e percapitamente o poderio econômico, tornando-se ainda mais forte, o que terminará compensando a eventual perda com os royalties do petróleo se porventura o STF der validade constitucional a lei aprovada pelos congressistas brasileiros que prevê novo rateio, ou até mesmo com as perdas mais imediatas com os processos judiciais das cidades com city gates. O que quero dizer é que em algum momento terá que ser discutido uma espécie de balizamento tributário municipal, de maneira que haja maior equilíbrio entre o crescimento público em detrimento do privado. O comércio gera muitos empregos.

Por fim, penso, disse lá e reitero aqui, que o Prefeito Ernane tem a chance em suas mãos de inovar franqueando duas importantes discussões, sendo uma pela confecção do Plano Diretor Municipal e outra pelo Plano Diretor de Turismo. Pois bem, no que tange ao que foi dito no começo da prosa por alguém naquela conversa que citei de hoje com amigos - quando fez-se referência ao turismo tradicional na Costa Sul e a ausência de cruzeiros na região central, creio que é possível trazer um novo turismo para essa região - o de negócios, exponencialmente os ligados ao setor de óleo e gás, como também o de matérias-prima que são e outras que serão exportadas pelo Porto de São Sebastião. Como disse, foi uma boa conversa - o que demonstra haver na cidade uma turma que pensa pra frente, basta chamá-los ao diálogo. Sou entusiasta da iniciativa. Alô Governo.

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19h02min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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