IDHM: SÃO SEBASTIÃO COM ÍNDICES ALTOS PELAS NAÇÕES UNIDAS

Resolvi escrever algumas linhas acerca dos mais recentes dados divulgados no país sobre o Índice de Desenvolvimento Humano nos Municípios - IDHM. São Sebastião ocupa a 210ª posição, em 2010, em relação aos 5.565 municípios do Brasil. Em relação aos 645 outros municípios de São Paulo, São Sebastião ocupa a 103° posição.  Neste caso especificamente, a cidade destaca-se com o IDHM/2010 de 0,772, considerado alto pelas Nações Unidas. Quanto mais próximo de 1, melhor. Nas duas últimas décadas, conforme atestam os dados disponibilizados no Atlas Brasil 2013, o que efetivamente alavancou o IDHM sebastianense foi a Educação, seguido por Longevidade e Renda, dentro de uma trajetória ascendente. O IDHM é medido em três pilares: expectativa de vida, nível de educação e renda. 

Se considerarmos que em São Sebastião a maior parte dos últimos governantes origina-se de uma mesma base política, acharemos virtudes e culpas. Se nosso foco for no fato de que, apesar de terem sido gerados na mesma concepção eleitoral e aos poucos terem buscando vida própria, individualmente, não poderiam ser considerados governos de continuísmo e sim de alternância, conquanto, outras responsabilizações ou reconhecimentos. Mas, o cruzamento dos dados do IDHM não entra nas filigranas de retórica dos governantes nem nas manchetes providenciadas pelos meios de comunicação local e/ou regional; ao contrário disso, estabelece-se em informações qualificadas de fontes analíticas distintas, como é o caso do Censo feito pelo IBGE, por exemplo.


No Atlas divulgado pelo Ipea, lê-se que entre 2000 e 2010, o hiato de desenvolvimento humano, ou seja, a distância entre o IDHM do município e o limite máximo do índice, que é 1, foi reduzido em 32,34% entre 2000 e 2010. Reitero, há quem considere bom, outros acham tímidos. O fato é que houve acréscimos importantes. Entre 2000 e 2010, a população de São Sebastião teve uma taxa média de crescimento anual de 2,45%. Na década anterior, de 1991 a 2000, a taxa média de crescimento anual foi de 6,16%. No Estado, estas taxas foram de 1,01% entre 2000 e 2010 e 1,02% entre 1991 e 2000. No país, foram de 1,01% entre 2000 e 2010 e 1,02% entre 1991 e 2000. Nas últimas duas décadas, a taxa de urbanização cresceu -0,58%.


Na década retrasada, a demografia no município explodiu ficando praticamente o dobro do estado, e na década passada diminui em comparação com o período anterior, mas ainda assim manteve-se maior que o restante da média estadual - uma das maiores do país. Isso gera demandas importantes. Considerando que a oferta de mais atendimentos na saúde preventiva com os ESFs aconteceram só na gestão passada, é natural que ainda haja demanda reprimida. Os dados negativos na urbanização, declaradamente são visíveis, resta ver que sequer um Plano Diretor Municipal foi implantado. A última tentativa foi freada pela sociedade e pelo MP. Está em curso as discussões pela confecção de um, com atraso, diga-se de passagem. O preço que a cidade paga por essa desassistência institucional é alto.

A renda per capita média de São Sebastião cresceu 46,47% nas últimas duas décadas, passando de R$571,76 em 1991 para R$715,41 em 2000 e R$837,48 em 2010. A taxa média anual de crescimento foi de 25,12% no primeiro período e 17,06% no segundo. A extrema pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00, em reais de agosto de 2010) passou de 2,84% em 1991 para 2,74% em 2000 e para 0,68% em 2010. Fruto, entendo eu, do empreendedorismo privado e, fundamentalmente, da geração de empregos com as oportunidades abertas pelo turismo e pelos pólos industriais da cidade. Vale ressaltar que há expectativas de novo boom demográfico e consequentemente imobiliário, exponencialmente pelos investimentos públicos no setor de infraestrutura e logística na região. Novas demandas.

A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0,51 em 1991 para 0,55 em 2000 e para 0,49 em 2010. É isso, comemoremos, mas não nos permitamos a nos dar por satisfeitos, ainda há muito por se fazer e conquistar. Medidas mais recentes como as que vem ocorrendo com o prefeito Ernane, como: construção de um novo Hospital - o da Costa Sul; exigência pela renovação da concessão para que a Sabesp invista em saneamento básico; amplo programa de pavimentação de ruas e urbanização; aliado ao auxílio à estudantes universitários, promoção de abertura de novas unidades de ensino ou captação de novos cursos nas unidades já existentes; assim como a construção da Escola da Topolândia e abertura de muitas novas vagas em creche, vão sedimentando caminhos para a melhoria desses indicadores. O desafio está posto, suprir carências sociais, equacionar gargalos habitacionais, dar solução aos resíduos sólidos urbanos, entre outras coisas. Mãos à obra.
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21h31min.      -     adelsonpimenta@ig.com.br 

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