CÂMARA: CRIME CIBERNÉTICO

O site da Câmara Municipal de São Sebastião/SP,
quando hackeado.

Por razões ainda desconhecidas, o site da Câmara de São Sebastião foi invadido por hackers e a página ficou inoperante. A constatação, segundo relata o Sr. Saulo de Almeida, ligado ao gabinete da presidência da Casa, se deu no dia 28/10, por meio de anúncio feito nas redes sociais. A autoria do crime cibernético foi registrada por um grupo denominado Hacked JovaFawkes, sobre o qual não foi possível ainda certificar a existência. Foi registrada a Ocorrência na delegacia de Polícia Civil em São Sebastião, pelo qual se lê o Registro abaixo. Consta que foi deixado um aviso (foto acima) de que no próximo dia 05/11 haverá nova invasão. Saulo informa que nenhum dado foi roubado ou deletado, mas que uma alteração técnica foi feita para que, ao acessar a página esta fosse redirecionada para outra, a que continha a imagem hakeada, mas enfatiza que o acompanhamento ainda está sendo feito.

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OPINIÃO
Os sistemas desenvolvidos ou usados no país para sítios eletrônicos não são seguros. Há várias medidas que podem - e devem ser tomadas para tentar preservar ao máximo a segurança, mas nenhum deles é infalível. Isto posto, importante dizer que em época de tantas divulgações de espionagem alheia, principalmente pelas agências de inteligência americanas, sugiro morreu de velho. Pior, ninguém está imune. No Rio de Janeiro, por exemplo, só para citar um entre tantos outros, com a repressão policial sobre os BlackBlocks, o site institucional do Estado foi invadido por hackers e a lista de pagamento, familiares, enfim, informações pessoais de praticamente todos os policiais militares do estado foram divulgados na página hackeada. Não é nenhuma tarefa fácil.

No caso da Câmara de São Sebastião, especificamente falando, é importante dizer que há uma empresa contratada para aferir e garantir a segurança do sistema, logo, esta deve ser acionada para cuidar de reformular toda a engenharia aplicada. Há uma discussão no país que está sendo feita pela Câmara dos Deputados, sob a condução do deputado federal Alessandro Molon (PT/RJ), que enseja criar regras mais específicas e atribuir responsabilidades e prever penalidades para o cometimento de crimes na rede, que está sendo chamado de Marco Civil da Internet. Minha modesta sugestão para o Presidente da Câmara municipal é a de que procure também uma Delegacia especializada em crimes virtuais em São Paulo e que também registre ocorrência e ponha o departamento jurídico do Legislativo para acompanhar as investigações.

A ação é ruim, porque é crime. E mais, atrasa procedimentos, prejudica o acesso público ao conteúdo disposto e cria certo clima de tensão porque há dados que podem ser roubados e distorcidos, gerando insegurança. Caso a conduta configure um tipo previsto no Código Penal, os crimes virtuais podem ser punidos da mesma maneira quando ocorridos no "mundo real", e é isso que deve ser o objeto agora dos investigadores. Ninguém está seguro, nem a Câmara, e os crimes virtuais estão na realidade de nosso dia-a-dia, infelizmente. Segundo soube, há suspeitos, mas sobre isso ninguém quis espichar a prosa, já que a Polícia é quem assumiu o caso. A página foi recuperada, mas fica o exemplo.
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 15h55min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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