GLEIVISON E SUA POLÍTICA


A vida pública se difere muito da privada e nem sempre isso é levado em consideração. Ser gestor de um mandato eletivo, entre outras coisas, significa entrega. Vejo com bons olhos a iniciativa do vereador sebastianense, Gleivison Gaspar, que se opõe ao governo local, em requerer - por instrumento legislativo, a relação dos cargos comissionados da Prefeitura sobre os quais há pessoas nomeadas. Com essa relação, aprovada pela bancada governista da Casa, o parlamentar já discursou que pretende saber o que cada pessoa tem feito e onde se encontra, e se permitiu também à falar na famosa figura dos "fantasmas". 

Ainda que nenhuma prova disso tenha sido trazido à luz, ventilou-se; o que cria um cenário de ligeiras desconfianças. É uma expertise política e faz parte do jogo. Como legislador, age com coerência ao mandato que exerce; como oposição, semeia dúvidas. O Governo, que não pode ter nada a temer, deve, por sua vez, prestar de forma clara todas as informações pedidas, embora saibamos - e o vereador principalmente que  as nomeações, Portarias e todos os atos oficiais estejam publicados no sítio eletrônico da prefeitura e afixados no mural na entrada do Paço Municipal. A isso dá-se o nome de transparência.

O vereador Gleivison, que assumida e partidariamente é do grupo político liderado pelo ex-prefeito da cidade Juan Garcia, tem em sua assessoria pessoas que já passaram por turbulências e terríveis experiências pessoais por conta de questões que igualmente sacudiram-lhes a moralidade, inclusive com Inquéritos Policiais e processos judiciais, salvo engano. Não contesto a defesa nem entro no mérito das acusações, não é esse o caso aqui. 

Numa das oportunidades, ele, instigado por uma provocação, disse que não demitiria um de seus assessores porque optaria pelo benefício da dúvida. Não cabe julgar seu ato, faz parte do bom senso - e foi, fundamentalmente, uma demonstração inequívoca de confiança em seu subordinado. O que quero dizer é que a vida é assim, na privada, feita de escolhas que atingem seu próprio ambiente; na pública, de ações que precisam obedecer ao interesse público, afinal, é a sociedade quem paga essa conta. O rigor com que se age sobre os eventos é que define o modo de pensar e fazer política de cada um.

Outro fato que chama a atenção sobre a figura política do vereador Gleivison é o fato de ser também um educador. Não há como mensurar a importância de um professor na sala de aula, isso é fundamental em todos os sentidos. No entanto, ele fez também opção pela vida de representante eletivo, por meio do voto popular, e hoje é gestor de um mandato que pertence a sociedade, por meio do PMDB. Não é fácil fazer certas escolhas, mas é importante conhecê-las e estudá-las. 

Não foi uma ou duas vezes, foram algumas, em que Gleivison optou por ficar numa sala de aula, não importa se pública ou particular, e nas duas o ato tem seu valor indiscutível, abrindo mão de estar em atos oficiais do Legislativo. Ora, essa é também uma questão que precisa ser melhor compreendida. Apesar de ser importante a sala de aula, ele exerce um mandato pelo povo, logo, pago pelo contribuinte. Onde deve estar sua prioridade quando houver conflito nas agendas? Espero que isso também seja objeto de sua abordagem. A isso dá-se o nome de transparência.
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13h49min.    -    adelsonpimenta@ig.com.br

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