IMPACTO LÁ E CÁ: TURISMO E TRAVESSIA DE BALSA

Não posso deixar de tecer um comentário novo acerca de um problema velho. A fila para a travessia da balsa entre São Sebastião/SP e Ilhabela/SP, e, para efeito desta abordagem, comentar e comparar com o projeto de ampliação do porto da cidade, quando ilhabelenses se organizaram contra parte do projeto de expansão portuária com as previsões operacionais com contêiner.

As relações entre os municípios são amistosas - e deve ser e se manter assim, há entendimento político entre os governantes de plantão e coisa e tal, mas isso não pode ser aceito tão passivamente por quem sofre no dia-a-dia com as coisas. Há bastante interesse em jogo, exponencialmente o econômico - de ambos os lados.


Após seis longos anos de registro de crescimento na venda de automóveis, foi divulgado agora uma queda de menos de 2% na venda de carros em 2013. Numa comparação, isso torna-se irrisório. O fato é que automóveis e motocicletas estão circulando em quantidade cada vez maior e pessoas estão se movimentando (viajando) como nunca, houve considerável acesso à bens e serviços por classes sociais que ascenderam e isso gera novas demandas. O turismo termina sendo uma parte importante desse filão. É preciso cuidar para que esse progresso seja acompanhado de desenvolvimento e responsabilidade.

Não é de hoje que a cidade de São Sebastião/SP sofre com os impactos da travessia marítima das balsas para Ilhabela, mas, assim como as coisas evoluem no país, cresce também a movimentação na própria cidade - e também na fila para a balsa, e a estrutura continua a mesma, logo, tornando-se cada vez mais insuficiente. O custo disso é alto e precisa ser estudado e apresentado, penso eu, pela Prefeitura de São Sebastião. É uma conta que precisa ser posta á mesa - e ser paga por alguém. O Estado arrecada cada vez mais e investe cada vez menos no suporte logístico e infraestrutura urbana local.

Haverá a construção de uma nova rodovia, chamada Contorno Sul de São Sebastião, mas este é um link logístico para escoamento da produção do porto e não necessariamente para mitigar problemas com o trânsito sufocado da cidade; pelo contrário, se não for bem mensurado, pode estrangular de vez a qualidade da mobilidade urbana em São Sebastião/SP. 

Em Ilhabela, da entrada na cidade até a estadia, ganha-se economicamente com o turismo, e na saída ainda é cobrada uma taxa de preservação ambiental. O Município está em seu papel, faz o que julga correto - e tenta se preservar, arrecadando para isso. Mas, pergunto: e São Sebastião, como é que fica nessa fatura? Gasta com pessoal do trânsito, incomoda moradores, congestiona as ruas, atrasa entregas, cria embaraços, atrasa deslocamentos de ônibus, logo, pessoas, enfim. Tudo é impacto, e a sociedade sebastianense é quem paga por isso, sem ser compensada. E aí, manda a conta pra quem e para onde?

Foto: Google/ estadão

17h08min.    -    adelsonpimenta@ig.com.br

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