OPOSIÇÃO CARNAVALIZA O CASO VOLPP

É legítimo que o vereador sebastianense Gleivison queira informações sobre a execução de projetos sob contrato público. Quem não quer saber? Eu também quero. É expediente de todos parlamentares. Não bastasse essa prerrogativa e o zelo pelo mandato para o qual foi eleito, deixar de fiscalizar não condiz, não é oportuno. O excesso é que vicia, que compromete as intenções. E este me parece ser o caso do vereador com a Volpp.

Ser oposição é ser o crítico, mas a tentativa de carnavalizar algumas ações - com olhos em dividendos eleitorais, a meu ver, empobrece o papel do legislador. 

O Requerimento para que um representante da empresa Volpp fosse à Câmara para esclarecer dúvidas sobre possíveis atrasos em obras , salvo melhor interpretação, não é um ato jurídico perfeito. A empresa não precisa mandar ninguém dos seus lá, isso não consta em lei. O vereador sabe disso. 

O Governo sim pode ser convidado, e, em última instância, convocado, se for o caso, à esclarecer dúvidas. É lei. Mas o vereador não chamou o secretário e sim o empresário, mesmo sabendo da desobrigação deste. Esse é o tipo de Requerimento que a base deve rejeitar.

Se porventura houver dúvidas em relação aos serviços prestados pela empresa, que se denuncie todo o processo de sua contratação, desde a licitação. Se houver suspeitas de ilegalidades, que o Ministério Público seja acionado. Todo contrato celebrado termina sendo objeto da lupa do Tribunal de Contas. 

À Câmara Municipal que se dirija o secretário da Prefeitura responsável direto pela pasta que detém o contrato, que leve toda documentação referente as indagações e que deixe cópias desta, enfim. 

Por pertencerem a grupos políticos adversários, os vereadores investem com suas oratórias políticas numa desconstrução da imagem do Governo. Hoje cria-se um fato, amanhã outro e assim por diante.  Há que se ter responsabilidade.

Fica claro que representantes da empresa aceitam falar detalhadamente sobre tudo o que lhes for questionado pelos parlamentares, mas que optam por fazê-lo de forma discreta, no máximo com a presença da imprensa. Se a ideia é de fato saber das coisas, essa é uma oportunidade razoável. 

Agora, se o que se busca é claramente a fricção para jogar pra galera simplesmente, perde-se o valor da coisa. Importam, neste caso, os holofotes, não os esclarecimentos, é o que se evidencia. Isso apequena o ofício legislador. 

O empresário tem o direito de eleger outros fóruns para que essa discussão ocorra, como a Justiça, se de fato a oposição tiver a certeza de que algo nocivo ao interesse público esteja ocorrendo e denuncie a relação. Não se quer respostas, mas a manipulação de um evento pela oposição.

A base governista deve se sobrepor, porque a eleição de 2016 não pode sofrer tamanha antecipação custeada pelo contribuinte. 

É a minha opinião
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22h38min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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