POLÍTICA E OUTROS INTERESSES SOBRE SÃO SEBASTIÃO

São Sebastião é objeto de desejo de políticos, um lugar aprazível para se viver, uma cidade onde as pessoas cada vez se tornam participativas nas discussões de agendas públicas e continua sendo atrativa. Não existe vácuo de poder nem estagnação política, muito pelo contrário, há um prefeito ativo e reeleito e uma sociedade orgânica, ativa. 

Mas, é fato que a cidade não é mais a prima rica do litoral. Os vizinhos cresceram e enricaram, como diria o professor Darcy Ribeiro. No entanto o interesse político pelo comando da cidade alcançou os vizinhos. Resta saber se esse sufoco político será aceito passivamente pela sociedade, e como será compreendido pelo cidadão. Há muitos interesses em jogo.

Eu apresento uma linha de raciocínio.

São Sebastião / SP
Luz, Câmara, Ação
A região se tornou ainda mais forte - e deveria estar também mais integrada com as cidades cada vez mais autônomas financeiramente. Administrativamente, o Estado a compreende como uma só: a RM Vale. Na teoria é isso. Na prática, longe disso. Cidade meio, que terá maior independência logística para seus canais produtivos, está no radar do interesse de grandes empresas, de políticos e de gente que pensa em negócios. 

O PSDB joga suas fichas com o Governador e seus interesses partidários. O debate político para 2016 terá que ter essa compreensão. A cunha será a do genro do Prefeito de Caraguá sendo candidato em São Sebastião. Essa é a razão pela qual decisões políticas em desfavor da cidade ocorreram ultimamente, como não ter investido num Hospital Regional nem nos penduricalhos que havia prometido como compensação por ter dito que faria isso em Caraguá, e pelo anúncio de suspensão dos investimentos da Sabesp em maresias na rede de esgoto.

O PSB seria majoritário na composição com o PPS, com 80% da diretoria, isso teria impacto sobre o Davi Zaia (pres. estadual do PPS) e o Fabio Lopez, Secretário de Governo de São Sebastião, que é do grupo dele. PPS é governo na cidade, com duas secretarias e o Esportes interinamente. Especula-se que o Luizinho (chefe de Gabinete do Prefeito de Ilhabela) tenta tomar o PPS (via Colucci) das mãos do Fabio/Serginho (que é o presidente). A intenção é fortalecer um projeto político que consiste em cacifar o nome de Luizinho à sucessão sebastianense em 2016. Há reação. 

O PSC, embora seja um partido periférico na constelação, é o que tem ganho eleição na cidade. Ernane fez escola, se reelegeu, elegeu a maior bancada e, mesmo nos momentos mais difíceis nunca teve a governabilidade e sustentação parlamentar questionada. Sabe exercer sua liderança. Pouco afeito aos críticos, reage invariavelmente. O fato é que se calou sobre o nome de seu sucessor, e não creio que o dirá antes de outubro. Deixa à vontade a mexida dos pretendentes. Ele governa sem os recursos do IPTU da Petrobras.

A leitura que cabe é a de que há muitos, muitos interesses mesmo em jogo. Dois prefeitos das cidades vizinhas vão terceirizar suas participações no processo sebastianense lançando mão de seus pupilos. Por trás dessas jogadas há outros interesses. Mas, os políticos de São Sebastião estão reagindo e, não me assuste se houver união das forças políticas locais em reação a essas manobras. Mais que o interesse político, o jogo tem outros flancos. Sobre São Sebastião, luz, câmera, ação.
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23h10min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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