DISPUTA PELOS PARTIDOS, ENCENAÇÃO E A REALIDADE DO JOGO


Quanto mais se aproxima o período de gestação das possíveis candidaturas, mas fértil fica o momento das articulações. Há muita inquietude. Uma intensa movimentação sobre os partidos políticos faz com que o processo se torne ainda mais dinâmico. Mas isso é só parte das encenações desse grande teatro.

O Prefeito com seu grupo atua de um lado; alguns ex-prefeitos de outro, não necessariamente juntos; gente ávida pelo poder e toda sorte de estratégia para se tornar mais competitivo é o que não falta. Tudo isso é do jogo, da firula discursiva, passando pelas promessas de bonança até a dramatização do ato.

Ao mesmo tempo, no Congresso Nacional há um debate acirrado e decisões sendo tomadas à toque de caixa, às vésperas da próxima eleição e que tem gerado mais incertezas que qualquer coisa. Não se sabe ainda ao certo se a quantidade de candidatos vai diminuir por partidos ou aumentar por coligações, se será justamente o contrário disso. O tempo de campanha, ao que tudo indica, será mesmo reduzido a 45 dias, enfim.

Fora tudo isso, achar financiadores não será tarefa fácil, por várias razões, mas, principalmente porque a Operação Lava-Jato investiga hoje contribuições feitas até mesmo por dentro, ou seja, o que devia ser legal, pode ser provado ter origem ilícita. Isso mudo tudo. Sem dinheiro não há competitividade. 

É preciso ser claro sobre as previsões de trabalho, oportunamente, tipo: Qual o tamanho previsto para a campanha? Qual o custo estimado de gastos? É preciso ser ainda mais claro sobre as fontes de arrecadação, sobre o desembolso - e coisas assim. O poder de fiscalização do TRE e do MP está mais ampliado, mecanismos novos de fiscalização estão sendo testados e assim por diante. Há uma profunda higienização sobre os maus costumes desse processo.

Portanto, esse é o momento de se buscar legendas, mas isso não garante a força de uma candidatura. É um detalhe. Importante, mas é só um detalhe. O poder de atração de nomes para concorrem à vereança é um segredo, porque tem gente crendo só em saliva, mas só isso não banca o custeio das candidaturas. O tempo de rádio e TV, especialmente para eleições municipais, já restou provado ser mais importante para quem concorre a cargo majoritário que a proporcional.

Nesse sentido, em São Sebastião, tem muita gente circulando pelos bastidores, contando estórias e engendrando estratégias, mas isso tem custo e é preciso ser claro sobre esse assunto. Qual a garantia será dada para que candidaturas assim se viabilizem eleitoralmente, tenham projeção, estrutura e um grau importante de concorrência? Quem quer ser vereador precisa analisar todo o contexto, sob pena de ver as cortinas se fecharem e perder a oportunidade de ser protagonista do grande espetáculo que é a democracia, consolidada na eleição.

Façam suas reflexões, não se iludam e boa sorte.
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00h10min.      -       adelsonpimenta@ig.com.br

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