O PODER PELO PODER E A FRAUDE DO DISCURSO


O site 'Nova Imprensa' fez sua parte, trouxe em tópicos umas declarações do homem forte do Governo de Ilhabela, Luizinho Faria, em relação ao homem da família que comanda a prefeitura de Caraguá, Felipe Augusto. O contexto é a disputa pelo poder em São Sebastião. Sobre o que disse efetivamente o entrevistado, como diria o Ancelmo Gois em sua coluna no O Globo: "Não é nada, não é nada. Não é nada." 

O que expressou o ex-prefeito de tempos longínquos de São Sebastião, é mais que uma declaração ocasional, se supetão. Sua fala, na verdade, é tática e obedece a uma instrução técnica tirada pela leitura feita sobre os resultados sociológicos e analíticos de pesquisas qualitativas de opinião. Se é certa ou não, se dará algum efeito ou não, é outra história.

Luizinho, quer queira quer não está com sua imagem intrinsecamente ligada a do tucano, mas perdeu sua identidade própria. Se não recuperar esse terreno, corre risco de passar batido na eleição, desapercebidamente. Isso se de fato for um candidato. As pesquisas acusam isso. Negar uma possível aliança como fez, é uma tentativa de descolar a imagem. Só isso. 

Chamar o outro candidato de playboy é excesso. Talvez. É muito mais um recurso de retórica que o resultado efetivo dessa pesquisa. Ele circula no meio político, mas tem sido de bastidores, logo, é pouco lembrado, está esquecido ou é um mero desconhecido junto ao eleitorado, especialmente sobre os mais jovens. Quem não aparece, não é lembrado.

Mas, embora isso seja uma grande bobagem dita; aliás, mais uma, o que de fato me chama a atenção não é a imaturidade política de quem está há, mas sim a fraude eleitoral confessada. É o que se constata de sua verborragia, com todo respeito. 

Gosto do Luizinho como alguém que estuda e articula receita pública para os municípios, principalmente as relacionadas do mercado do petróleo - por meio de royalties. Mas, na boa, perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado, ou de falar algo mais substancial, coerente com o que se propõe a disputar, com sua história na vida pública. Esse ataque é bom para os adversários, e ruim para a política que urge. Ele se apequenou.

Trecho das Curtas:
Luizinho afirmou ainda que os posicionamentos políticos dos dois são totalmente divergentes, não havendo nenhum fio de condão para ligar”. Mesmo quando o apoiou, na eleição passada, destacou que “nossa participação tinha como objetivo principal derrotar as candidaturas postas do Ernane [Primazzi] e Juan [Garcia]”.

Pergunto: Como assim? Que conversa estranha com gente esquisita é essa? Luizinho e Felipe Augusto se uniram na eleição falando em projetos, em uma tal de "Nova São Sebastião"; o rapaz fez maquiagem, penteou o cabelo e foi para a TV debater algumas ideias para a cidade. E fez muita gente crer nisso, tanto que teve votos. 

Como que o Luizinho, um ex-prefeito da cidade, vem com esse papo tardio de ajuntamento de gente insatisfeita que só queria tirar um do poder para assumir com outro o seu lugar? Isso não cheira bem, desqualifica o debate e torna ralé a política praticada por esse pessoal. Alto lá. 

Errático, Luizinho fraudou seu discurso na última eleição, e fez essa revelação agora na entrevista resumida por Curtas. Felipe sabia e topou? O que essas pessoas queriam era só o poder pelo poder? É isso? E, finalmente, um acusa o outro de ser incapaz de governar a cidade. Ambos querem ser candidatos a prefeito na próxima eleição. 

Eles que se expliquem melhor. Na campanha cheguei a falar sobre a imagem do candidato tucano que se apresentava com os braços cruzados, quando disse que isso não remetia a conceito algum. Pelas declarações de Luizinha, que coordenava seus trabalhos, começo a entender o por quê dos braços cruzados.
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07h15min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

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