SAGITÁRIO


Ilhabela já está no centro das atenções desde que deixou de ser a prima pobre da região do Litoral Norte-SP. Quanto mais dinheiro entra, mais o prefeito Colucci se enrola. Não me atenho as filigranas judiciais, mas na forma como está conduzindo o desenvolvimento do município. Há controvérsias. A campanha eleitoral que se avizinha exporá as vísceras de suas decisões. Assim espero.

Quando em meados de abril de 2014 o  poço 7-SPH-4D-SPS, no Campo de Sapinhoá, no pré-sal da Bacia de Santos entrou em produção - a saúde financeira da Prefeitura expectou ar nos pulmões. A conclusão do teste de formação do poço 1-SPS-98 (1-BRSA-1063-SPS), conhecido informalmente como Sagitário é excelente. A Petrobras comemora. Ilhabela também. Um novo upgrade para as finanças já saudáveis do Município dentro de algum tempo. 

Não sei dizer ainda se e quais outros municípios seriam beneficiados com os royalties desse Campo da Bacia de Santos, já que isso envolve cálculos que vão além da matemática, são geográficos também, originados numa fórmula que só a ANP e o IBGE sabem explicar. Mas, ma nova distribuição - igualitária - desses recursos foi aprovada pelo Congresso Nacional e está aguardando uma definição quanto a sua constitucionalidade pelo STF. O atual modelo de rateio dessa fonte está garantido por uma liminar da Ministra Cármem Lucia. Há riscos para os municípios chamados "produtores e afetados". 

E digo mais: Há riscos de que a pressão de estados e municípios aumente sobre o STF para que decida logo sobre essa questão, porque a vitamina do anúncio de nova descoberta encontra corpos doentios com suas finanças por todo o país, dada a atual crise da conjuntura econômica nacional. É o que penso. À saber.

Esse comunicado feito na terça-feira pela Petrobras confirmando o grande potencial da área conhecida como "Sagitário",  talvez não tenha despertado tanto o interesse da grande mídia, quem sabe detida mais na operação Lava-Jato, mas fez o mercado petrolífero, especialmente estrangeiro, comemorar e, é claro, silenciosamente, pôs a equipe da Fazenda Municipal para dedilhar a calculadora financeira. É hora de fazer contas.

No ano que vem haverá eleição municipal e, à julgar especialmente pelas mudanças eleitorais que a Presidente Dilma sancionou hoje -, com destaque ao veto sobre financiamento de empresas às campanhas - intuo que a ênfase da disputa se dará pelo debate político e propostas entre os candidatos. Toda sorte de especulações que um informe desse projeta sobre uma cidade e/ou região seguramente comporá o escopo da disputa eleitoral. Deve, ao menos.

De olho no que acontece na Ilha, porque mais que as ilusões da retórica oficial momentânea, há uma realidade crua e fria que precisa ser analisada antes de ser degustada pela população. Não por um acaso, a eleição de 2016 deverá ser a que mais terá candidatos. Eu disse: deverá.

Em 04/08/15, publiquei: "Petroilha: Abunda Dinheiro, Superabunda Problema"
É o jogo
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17h56min.    -    adelsonpimenta@ig.com.br

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