PEDÁGIO É ESTELIONATO ELEITORAL DO PSDB

Matéria da Folha

Pedágio é entrega... das mãos do Governo às do empresário. A lógica é louca, mas faz sentido e tem legalidade. A compreensão e aceitação, todavia, pelo cidadão, é outra história. E se indignar também faz sentido. Não só pela ação entreguista, mas pelo fato de que já somos tributados acima da média da maioria dos países do mundo inteiro.

Quando o Governo estadual de SP, sob a batuta do PSDB, foi na boca do caixa de um banco e tomou por empréstimo - em nome da população de todo estado - uma grana, o fez para uma finalidade específica; qual seja: a construção de uma nova rodovia (Contorno) e a duplicação de outra existente, a Tamoios. Essa conta somos nós que vamos pagar - durante anos. É assim mesmo que funciona. O Estado tem capacidade de endividamento.

Agora, reflita comigo: não bastasse custear esse financiamento, virão as praças de pedágio, logo, além do empréstimo para fazer a estrada, vamos pagar também a conta pela viagem. Os argumentos são implausíveis, em meu entendimento, para os que defendem a medida. Não estou dizendo que vamos mudar alguma coisa, a decisão está tomada - é rolo compressor. Mas, resignar-se é direito. Contestar também.

Os simpáticos a ideia, costumeiramente ligados ao grupo político tucano, dizem que reduz tempo de viagem, que a estrada fica boa, que a sinalização é perfeita e que só falta reluzir como fosse ouro e coisa e tal. Mas, com todo respeito, reparar e discordar é preciso. É importante dizer que cobrar pedágio constrange, aumenta custos de transportadores que são automaticamente repassados ao preço final dos produtos ao consumidor, entre outras coisas. E, por fim, equilíbrio é raciocinar: se deixar a pista boa e pronta não deve ser o objetivo da construção e ampliação quando se apanha recursos emprestados pelo Governo no banco. Deve ou não?

O PSDB precisa explicar tim tim por tim tim e ainda entrar em detalhes. No processo de licenciamento das obras não foi dito - em momento algum - que haveria praças de pedágio. Não que eu me lembre, e não para a população. Não foi dito publicamente isso. Mas, nada que não possa ser cobrado de alguma forma. As eleições municipais estão aí às portas. 

É o jogo!

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21h46min    -    adelsonpimenta@ig.com.br