PSDB CHAMA À PROSA, MAS ESCONDE A INFORMAÇÃO


Era de se supor que depois de a polícia descer o porrete em estudantes em SP, o Governo do PSDB revisse suas ações. A razão pela qual os estudantes foram às ruas foi porque o Estado propôs uma reformulação na rede de ensino, sem dialogar. Não que as medidas proposta fossem ruins ou boas, mas ela carecia de legitimidade. Ao buscar uma reengenharia para isso - era a vida de de milhões de pessoas que estava em jogo. Poucas horas depois de insistir, com tamanho frenesi contrário  nas ruas, o Governador Alckmim recuou.

Mas, antes disso, já tinha ocorrido algo semelhante. O caso que narrei há pouco não é novo, é repeteco. Quem não se lembra do aumento sobre os valores praticados nas passagens de ônibus? Neste caso, tanto a Prefeitura de SP quanto o Governo do Estado pelo PSDB autorizaram. Mas, a reação foi imediata, maciça e persistente. Ganhou força e se tornou uma hastag: #VemPraRua. Trasnbordou. Ganhou o país. Se tornou um movimento de cidadania.

Pior, isso depôs frontalmente contra o mote que o partido dos "coxinhas", como lhes chamam os adversários. Na campanha presidencial, talvez embalado por essas ações do PSDB sem sequer ouvir o outro, o então candidato tucano, Aécio Neves, usou como slogan uma pergunta: "Vamos conversar"? Ora, mas é exatamente isso o que estava faltando ao partido - a prosa. Noves fora, Aécio não levou.

Agora, superados esses contratempos da população com seu governante, eis que o PSDB lança mão de mais um artifício: o segredismo. Quem quer ter uma conversa sobre o interesse público não pode querer segredo disso; antes, porém, transparência. No início deste mês, fevereiro, publicou uma Resolução que determinava 22 categorias de informação das Polícias Civil e Militar passíveis de serem mantidas em sigilo por um prazo que variava de 15 a 50 anos.

Aplicou o mesmo critério usado em 2014, quando estabeleceu que documentos das estatais Sabesp, Metrô, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) deveriam ficar longe do olhar público por 25 anos. Houve gritaria. Entidades de defesa da liberdade da informação e o TCE reagiram. Novamente o Governador recuou. 

Na última quinta-feira, por mais uma vez, Alckmin assinou um decreto proibindo a classificação prévia de documentos do Estado como sigilosos. Fez isso porque pegou mal a tentativa de seu Governo e partido - o PSDB. Jogou a toalha de novo, logo após as pedradas que levou da opinião pública. Ele fez meia-volta sobre a sua decisão inicial que definia que o "histórico de registro digital de ocorrência e boletim eletrônico de ocorrência, quando não for possível a proteção de dados pessoais dos envolvidos e testemunhas" devia permanecer em sigilo por 50 anos.

Que mania é essa do PSDB de chamar pra conversar, mas esconder informações públicas?

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16h15m
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