AO CONVERSAR, TRANSGRIDO?


Conversar não é proibido, não fere a lei, pelo contrário. É saudável que haja confabulações, debates, prosas em torno de agendas públicas. O fato é que, apesar de existir regras - e elas são cada vez mais restritivas para a disputa eleitoral - o exercício da cidadania pressupõe inclusive fazer política. E não se faz política sem diálogo. 

Por todos os lados o que mais se vê são pretensos candidatos a Prefeito em reuniões com parcelas da população. Pode isso? 

O que é uma reunião para conversar, é também uma para pedir votos. E agora? Um tem gravação da reunião do outro. Espiões estão em todos os flancos, como parte das estratégias. Eu, por exemplo, que não tenho nada com isso nem vou a tais eventos, recebo áudios de várias dessas reuniões e acabo sabendo o que foi conversado. Penso que a judicialização será um caminho inevitável, com um grupo político acusando o outro de fazer exatamente aquilo que o próprio fez também.

Exceto o nome à sucessão governista - (este ainda não é conhecido porque o Prefeito Ernane, que é quem lidera o PSC e será dele a indicação, não abriu o jogo... ainda), todos os demais pretendentes estão se reunindo. Conversa aqui e acolá, duas ou três pessoas a mais nesta ou naquela reunião, enfim, a política fervilha e a campanha eleitoral, antecipada desde há muito, seguramente já está nas ruas. 

Fere a lei? Transgride as regras do processo?  Mas, como iniciei esta postagem: Conversar não é proibido. Mas, ao pedir votos, essa conversa transgride? 

Há algum tempo venho dizendo que esta será a eleição do argumento, do conteúdo, mas ainda não chegamos nesse período.  Nem as Convenções dos partidos aconteceram ainda, portanto, prematuro dizer algo sobre processo eleitoral. 

A eleição deste ano será de 45 dias, com regras mais apertadas para material gráfico, sem financiamento de CNPJ, pesada fiscalização sobre o marketing, e por aí vai. 

Portanto, natural seria que as reuniões que estão acontecendo agora nos bairros fossem nos partidos. Mas, e se os partidos realizam suas reuniões nos bairros? É normal ou não, ainda que seja na casa de fulano e sicrano? Melhor, todos fazem questão de registrar isso nas redes sociais.

Não tem jeito, fiscalização e denúncia vão judicializar todo o processo. 

De toda sorte, tem gente pedindo seu voto. Mas, isso fere a lei. Por outro lado, se conversa não houver, a política perde sua vivacidade. A linha entre o legal e o ilegal é muito tênue. Pedir voto não pode; apresentar-se como pré-candidato pode. Reunir-se para falar sobre eleição não pode, mas para discutir política pode. Vai entender. 

Pelas redes sociais vi até pretenso candidato tentando salvar vidas pelo Facebook, sem sequer ter ido ao local, o que caracteriza um serviço novo, qual seja: salvatagem sobre enchente de dentro do carro pela tela do celular. Esses absurdos que tentam engambelar são coisas "novas" que surgem a cada pleito.

Estamos aqui conversando, e isso não é proibido. Ou é?

É o jogo!
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12h36min.     -     adelsonpimenta@ig.com.br

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