É DO DERSA E NÃO DAS PREFEITURAS A RESPONSABILIDADE PELO NEGÓCIO DA TRAVESSIA

Os termos contratuais da concessão dos serviços eu não encontrei no Portal do Governo do Estado, mas certamente está guardado em algum lugar.  A empresa Dersa, que opera a travessia das balsas entre as cidades de São Sebastião e Ilhabela, recentemente até aumentou o valor das tarifas da travessia, afinal, é um negócio. O jornalista Cacá Alberti, responsável pelo jornal de Ilhabela, A Balsa, (o nome é sugestivo), postou algo no Facebook que chamou a atenção pelo que não foi dito.


Procedimento de segurança, o tempo ruim deste fim de semana com chuva e vento forte interrompeu os serviços de travessia das balsas. Tanto a Prefeitura de Ilhabela como a de São Sebastião providenciaram abrigo e lanche para os usuários. No caso de São Sebastião foi no Teatro Municipal que as pessoas foram abrigadas. Mas isso é fragmento de um caso muito maior e que carece de discussão.

O abrigo de passageiros do Dersa é para espera e transição, não para um período maior que necessite de alojamento para eventuais interrupções da travessia. Não me recordo sequer de ter visto essa preocupação compreendida no projeto de ampliação do porto da cidade, que prevê o deslocamento do flutuante e local de atracação das balsas. O abrigo é mais do mesmo pelo projeto, e nenhuma palavra sobre logística também para o transporte desse pessoal.

A desassistência do Governo do Estado é o que carece de discussão. A travessia é de responsabilidade do Dersa - e tudo o que cerca esse serviço/negócio também. É claro que as Prefeituras podem - e devem ajudar, como foi feito, mas quem fatura com o negócio deve ter as soluções. O site do Dersa nunca informa nada a respeito disso, só fala sobre as interrupções.

Não é só isso, é também os transtornos com a mobilidade urbana causados pela fila de espera para a travessia em São Sebastião, já que os custos com a organização do trânsito são todos do Município, inclusive as horas-extras dos operadores de trânsito, nesse caso, de São Sebastião. 

Portanto, o Dersa deve se apresentar e não se esconder. O ex-prefeito de Ilhabela, Manoel Marcos, num dos comentários feito na postagem do jornalista Cacá, jogou luz sobre a compra de um imóvel em Ilhabela pela Prefeitura que seria para servir de abrigo e não tem essa finalidade, falou sobre valores praticados na compra e questiona a funcionalidade do imóvel. Essa é outra questão, igualmente importante.

Nesta eleição municipal os candidatos a prefeito precisam abordar este tema e discutir com profundidade, penso eu. Se não quiserem, que sejam provocados. Creio que a conversa deve mirar na responsabilidade dos órgãos públicos porque o que não se pode é aceitar as pessoas ao relento ou desassistidas pelo Dersa. 

Transferir para as Prefeituras toda a carga é algo que me parece destoar do foco necessário que deve ser dado à essa questão. E a conversa aqui já é tardia porque o caso é rotineiro e o Governo do Estado de SP se quieta. Os custos devem ser bancados pela empresa e não pela sociedade.

É hora de constranger os responsáveis.
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15h30min.    -     adelsonpimentarafael@gmail.com

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