INVESTIMENTOS E DESENVOLVIMENTO EM TEMPOS DE CRISE, UM DESAFIO PARA ALÉM DE UMA ÚNICA AGENDA

Os dados de um site da Ong Transparência Brasil - referentes aos municípios - são de 2015 e revelam um cenário importante. O exercício fiscal de 2016 - em que houve frustração de receita por causa do depósito em juízo dos valores corrigidos de IPTU da Petrobras, se consolidará em meados de fevereiro de 2017. Sem aumentar o seu nível de endividamento, a gestão Ernane em São Sebastião conseguiu 10,62% de investimento
Um número e tanto.


Agora é a hora de se pensar sobre o novo ciclo de desenvolvimento que a cidade começa a experimentar. E tudo acontece num momento em que a máquina pública precisa ser menor, os serviços públicos não podem perder qualidade e, com escassez de dinheiro, manter o nível de investimento. Para esta nova etapa da região foi eleito o prefeito Felipe Augusto (PSDB), que tomará posse em janeiro e já disse em seu Plano que fará uma gestão terceirizando serviços, concedendo e por parcerias - por meio de PPPs.

O entreguismo tem seu preço, literalmente. Essa prospecção do capital privado sobre a coisa pública não é tarefa tão simples, porque em muitos casos pode elevar o custo de vida na cidade. Ao mesmo tempo, o desafio lançado está em fazer da máquina pública algo menor, mais eficaz sem a perda da qualidade nos serviços à sociedade, gerando emprego e renda e mantendo os índices de segurança para baixo. 

À vocação natural da cidade diz-se ser a turística, mas, não desprezaria a industrial também. Me intriga a forçação monotemática, mas, me instiga a pluralidade de visões sobre agendas que cabem ao seu desenvolvimento. Não há só praias e belezas naturais; há demandas na infraestrutura urbana; insegurança fundiária; impactos ainda desconhecidos com a ampliação do porto - e sua cadeia de suprimento material e de serviços que se formará, enfim. 

Na região Central de São Sebastião está uma das maiores estruturas petrolíferas do país - com a Petrobras e sua área de tancagem e um Terminal Marítimo da Transpetro; um novo modal rodoviário será entregue abrindo fronteiras de oportunidades à região, e sem definições seguras ainda em relação a área de retroporto. Essa é uma realidade indiscutível de São Sebastião.

Há quem discuta a necessidade de se pensar a cidade voltada ao turismo, o que é uma assertiva, mas não é a única coisa que se deve planejar. è este meu ponto de observação. A cidade sebastianense precisa harmonizar sua realidade com seus projetos, que consiste em abertura de ensino acadêmico e qualificação profissional voltado à sua vocação industrial, à exploração do turismo - em todas as suas vertentes e ainda ao fortalecimento de seu comércio local, entre outros afazeres potencialmente viáveis. 

Penso que a hora seja a de se pactuar medidas, definir prioridades e amplificar o diálogo social. 

A relação do novo Governo local deverá ser a de maior aproximação com o capital privado, é o que foi dito em seu Plano de Governo. Portanto, abrindo divergência com os que pensam o contrário, não creio que a cidade deva se pautar por uma única agenda, porque há de se fomentar e induzir o turismo sim, mas não é a única coisa que deve ser buscada. Espero que amadureçamos no sentido de unir forças e encontrar soluções.

Com a palavra o prefeito eleito e seu novo Governo, mas principalmente a sociedade.
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17h40min.    -     adelsonpimentarafael@gmail.com

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