OS ATOS OFICIAS DIRÃO...


Em 2012 o Governo do Estado de SP reorganizou seu mapa administrativo e criou a RMVale, que congrega 39 municípios. Em tese, os interesses econômicos da região do Vale são bem distintos dos do Litoral Norte. Mas, negócios dialogam sempre, portanto, ter um porto em São Sebastião diz muito sobre logística, e a construção de uma novo rodovia abre um mundo de novas oportunidades, portanto, por mais que a RMVale tenha mais pompa que soluções, acaba tendo alguma importância em algum momento - e só.

Do que tenho lido nessas prévias da posse dos prefeitos eleitos das cidades da região, o que mais me agrada é a percepção de um clima ameno, de pontes sendo criadas entre eles e, fundamentalmente, a construção de uma ideia de que há medidas que devem ser pensadas e tomadas com foco integrado regionalmente. Tenho apreço por medidas consorciadas entre as cidades. Há agendas públicas em comum, como é o caso dos resíduos sólidos, só para me ater a um exemplo. Há outros.

No caso específico de São Sebastião, com base no Plano de Governo apresentado na campanha eleitoral pelo PSDB, que prima pelo estabelecimento de PPPs e concessões, diminuição da máquina pública e a busca de parcerias com empresas e entidades sociais e ambientais, coisas terão que ser mudadas administrativamente. 

Portanto, penso que não seja só a Prefeitura que precisará de uma reorganização administrativa e organizacional, conforme já foi dito que ocorrerá - embora tenha causado estranheza o anúncio de que uma empreiteira quer bancar a consultoria, mas, penso eu, o Poder Legislativo também terá que fazê-lo. Qualificação do servidor, quadros de gerência e comando com expertise e, eventualmente, consultoria com empresas especializadas no mercado. Em todos os casos o interesse público tem que restar provado. 

A busca por este modelo de gerenciamento da cidade exige conhecimento técnico e jurídico, muita negociação política e diálogo social. Nada disso se alcança sem boa regulação, contratos bem elaborados, estudos adequados e rigorosos de impactos econômico-financeiro, de vizinhança, socioambiental, enfim, de acordo com as demandas. 

Assim sendo, são os atos oficiais, mais que o discurso e as fotos nas redes sociais, que nos mostrarão a assertiva ou os equívocos dessa nova proposta eleita para governar a cidade. Eu torço pelo sucesso, mas não me ludibrio com saliva nem marketing, e, adequando as especificidades de cada caso, espero incentivo ao 'conteúdo local', sempre que possível.
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13h44min.    -     adelsonpimentarafael@gmail.com

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