REPERCUSSÃO, CPI e PÓS-VERDADE

Ululou o assunto "Intervenção na Santa Casa". O monitoramento sobre as redes sociais acusa que o Decreto assinado pelo Prefeito Márcio Tenório, ganhou repercussão maior que todos os assuntos em Ilhabela até o momento, superando outros temas. Mas tudo que cerca o caso já terá sido dito? 

O maior ativo desta página é a opinião.

Portanto, tento entender o comportamento desse ativismo digital. Há uma cultura de debate, e isso é extraordinário. A edição impressa do jornal A Balsa circula hoje, 28/06, e traz a minha postagem publicada no espaço 'Papo Reto', do jornalista Cacá Alberti. É... Repercutiu mesmo.

Mas, a "Pós-Verdade", não passou desapercebida pelo público. Um desafio à quem comunica. Isso é causado mais por preferências ideológicas do que por problemas de checagem e validação do noticiário. Provavelmente, o maior problema por trás da desinformação é a polarização dos usuários online. Nada é conclusivo, depende de outros estudos.

E, finalmente, entrou no radar da repercussão: a proposta de uma CPI na Câmara. O grau de confiança nos trabalhos dessa frente de investigação não medi ainda, mas a iniciativa foi bem aceita pelos internautas ilhéus. Quem se oporá?

Quando o Prefeito Márcio Tenório decretou a intervenção, por detrás dessa iniciativa estava o interesse público. O governante é - por dever de ofício - alguém que age nesse sentido. Há um certo roteiro definido: em 15 dias um Plano de Trabalho; em 45 dias um balanço do primeiro mês sob nova direção. Talvez uma coletiva á imprensa, quem sabe. 

Consta que a Justiça teria indeferido hoje, 28, o pedido de Liminar da ex-provedora Kurachina, de suspensão dos efeitos do Decreto Municipal. À saber. Se for uma verdade, isso configura uma derrota importante para o ex-prefeito Colucci, que vem verbalizando que o ato é ilegal. Ele rivaliza politicamente e foi ao ataque contra membros do Governo.

Os vereadores propuseram uma CPI. 

Aqui há uma situação nova. Esse é um instrumento de minoria, mas, estamos falando de vereadores da base governista. O Governo não tem maioria ou há uma estratégia para saber até onde a oposição tem elasticidade para esticar a corda?  Mesmo sendo um instrumento de investigação autônoma, considerando que o MP também pode ser provocado por denúncias, no Legislativo tudo tem uma mão dada com a política.

É um olho no peixe, outro no gato.

Márcio Tenório é prefeito, portanto, é ele quem vocaliza as ações institucionais. E ele tem se restringido a área técnica. Não revida politicamente. Diferente de seu principal oponente, ele determina apurações, respalda os membros da Administração sobre o caso e ignora o alarido partidarizado. 

Ao fim e ao cabo, convenhamos, restará uma só leitura política de pé. Se o resultado da intervenção provar ter havido o cometimento de irregularidades na gestão da Santa Casa, pedidos de reparação de danos serão propostos e denúncias serão oferecidas. Do contrário, se nada restar provado que tenha justificado a intervenção, é o outro lado que cumprirá esse papel acusatório. 

Um sairá bem mais forte desse processo, e o outro se desidratará. 

Não porque Tenório se dedicou muito à orientação técnica; mas, fundamentalmente, porque Colucci apostou tudo no confronto político.

À ver.

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20h10min.    -     adelsonpimentarafael@gmail.com