REALIDADE VIRTUAL AGREGA VALOR AO ENSINO PÚBLICO EM ILHABELA


Outro li uma manifestação crítica no Facebook  de um vereador, o Luizinho Paladino, sobre a aquisição pela Prefeitura de Ilhabela de kits escolares de realidade virtual. 

Na Câmara Municipal, em sessão ordinária, ouvi o vereador Anisio também levantar questionamentos. E vi o vereador da base do Governo, não me recordo qual exatamente, fazer uma defesa perguntando por que o pobre não poderia ter esse direito?  

O debate me intrigou, estava raso demais para algo tão inovador e custoso. Fui pesquisar e tentar entender um pouco dessa novidade e conversei com especialistas. Há na internet diversas referências em sites especializados em tecnologia, em educação e em ciências. Há núcleos com chats de debates. Enfim.

Ilhabela Administrativa

 Ilhabela tem 38 escolas, incluindo as das Comunidades tradicionais com classes multiseriadas. São 4,3 mil alunos, que chegam a 6,5 mil alunos, incluindo a creche e o ensino infantil. São mais de 600 professores, sendo 350 no Fundamental I e II. Serão 4 kit por escola, alcançando 100% dos alunos. Tudo em um ano

O aspecto da indagação

➯ Primeiro dizer que as indagações dos vereadores fazem todo sentido, precisam de respostas. As dúvidas foram suscitadas porque se deram num cenário de desinformação sobre o projeto. O custo assusta numa primeira olhada, então natural é que se questione. Nada de anormal.

É um dever de ofício da Administração Municipal falar mais e melhor sobre isso, quem sabe até com um responsável pela Secretaria de Educação indo a uma reunião da Comissão de Educação do Legislativo para explicar mais amiúde essa contratação, que é importante demais ao sistema de ensino municipal.

O projeto

➯ Entre outras coisas, diminuir a evasão escolar com atrativos assim, convenhamos, é bem melhor. Outra coisa é atrair quem está fora da sala de aula, trazer de volta aos estudos. A tecnologia imersiva integra, agrega, envolve e educa. Poderosas empresas do mercado como o Google, a Microsoft e o Facebook investem pesado nessa tecnologia e o campo de aplicação do conhecimento é amplo, nas mais diversas áreas do ensino.

O óculos com visão em 3D e em 360º, interação com ambientes e objetos virtuais e experiências em primeira pessoa são algumas das vertentes desse universo digital. Hoje, ele chama a atenção de instituições de ensino e empresas do mundo todo. 

A gestão do prefeito Márcio Tenório, ousou e essa pauta fez a oposição (não necessariamente os vereadores, mas outros atores que pensam que manipulam os edis) tocar a corneta nas redes sociais, numa tentativa de pormenorizar o debate. 

Há quem defenda que outros apetrechos tecnológicos devam ser adquiridos antes, como quadro digital, laboratório de informática e coisas do gênero. Faz parte, é necessário e deve sim oportunamente ser comprado, mas, uma coisa não altera a necessidade da outra. Tudo se harmoniza pedagogicamente.

Para se ter uma ideia do interesse pelo tema, basta ver a lista de instituições que compõe o grupo de estudo na área Immersive Education Initiative (Iniciativa de Educação Imersiva em inglês). A organização não governamental americana possui entre seus integrantes a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Departamento de Educação dos Estados Unidos, a Universidade Harvard, a Agência Espacial Americana (NASA), entre outros representantes.

No Brasil, a realidade virtual aos poucos está se difundindo no sistema de ensino, especialmente o público. Iniciativas recentes, como o Google Expeditions, aplicativo da G Suite for Education, chegou a mais de 100 escolas no país, entre públicas e privadas, e está presente em 50% dos Estados. Sobre o Expeditions, mais de 2 milhões de estudantes no mundo já utilizaram a ferramenta. O site da Fundação Telefônica aborda isso com riqueza de detalhes.

Este assunto é apaixonante, afinal, a educação como um todo o é. Direi mais a respeito, em abordagens subsequentes. Por exemplo, sobre a cidade de Barueri, que começou sua experiência com a realidade Virtual no ano passado. O sistema completo já está no custo de quase R$ 100 milhões.

Obs) Foto meramente ilustrativa


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