LIVRE COMÉRCIO COM A UNIÃO EUROPEIA. E DAÍ?

Crises e oportunidades precisam ser aproveitadas
 
Créditos da foto: Portos e navios

No editorial da nossa revista Pimenta_report (julho/19) tratamos do tema central, que versa sobre as novas oportunidades brasileiras em relação ao comércio exterior. Há 20 anos se negocia. Em 28 de junho um acordo de associação ambicioso foi lavrado entre o Mercosul e a União Europeia. O acordo inclui três vertentes: a política, a de cooperação e a do livre-comércio. 

Aguarda-se a divulgação dos termos desse acordo de associação, que estabelece a maneira como se desenvolverão o diálogo político, inclusive multilateral, e a cooperação, para conhecer seu alcance e como os interesses nacionais foram tratados. Dos blocos econômicos envolvidos, ou seja, 32 países, a população é de 773,8 milhões de pessoas, têm intercâmbios comerciais que somaram 87,6 bilhões de euros em 2018.

Há os países do Efta interessados e agora os Estados Unidos e o Japão. 

Assim como abordamos na revista, crises e oportunidades acontecem em ciclo, e quem não aproveita fica à margem. Uma parcela importante dos produtos à serem comercializados será transportada por cabotagem. Estudos prévios apontam na ordem de 70%. 

A alternativa de escoamento ao Porto de Santos, seguramente é o de São Sebastião, que deverá ser privatizado, segundo o Governador João Dória. O de Angra dos Reis, arrendado pela Technip e que está em negociação com a Splenda Offshore, deverá se voltar mais às operações petrolíferas. 

Portanto, o Porto de São Sebastião, que tem projeto tramitando para ser ampliado e uma nova rodovia (Contorno da Tamoios) em construção (obra parada por hora), ganhará ainda mais importância. Mas, essas oportunidades precisam ser boas (e não nocivas) aos negócios da Cia. Docas de São Sebastião, mas, igualmente a população regional.

Empresas europeias e americanas, especialmente, não consomem produtos sem certificações sanitárias; empresas de médio porte precisam de licenciamentos reconhecidos; as de grade porte carecem ainda de auditorias internacionais, inspeções sanitárias e até de certificações de ISO. Isso demanda técnica, investimentos, quadro de pessoal capacitado; logística; gestão, enfim.

Toda cadeia produtiva; a de serviços auxiliares ao porto; a de atendimentos e de hospedagem da cidade, todo conjunto da obra precisa ser qualificado, treinado, ser bilíngue no mínimo. E isso se alcança com engajamento, planejamento, diálogo público, prospecções, revisões de procedimentos tanto das empresas quanto do Poder Público. 

Eu conversei sobre isso com o Prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Jr, que é quem governa a cidade da região com maior banco de terras públicas e privadas) livres e capazes de absorver essa expansão de novos empreendimentos e negócios. Ele tem muita cautela, determinou estudos sobre o assunto, está antenado e de olho em tudo. Ficamos de falar mais a respeito.

O Secretário de Fazenda da Prefeitura de São Sebastião, Felipe Lobato, é outro que já determinou - em trabalho conjunto com o Diretor do Município para assuntos portuários, Felipe Zangado -, estudos sobre a importância fiscal de todo setor direto e agregado às atividades portuárias para a composição da economia pública. 

Tem muita coisa que precisa ser avaliada doravante, e isso também deve ser objeto de interesse dos pretendentes ao Poder executivo das cidades do Litoral Norte para as eleições de 2020.

Mas, sobre as muitas vertentes desse novo negócio e as muitas chances que derivam, farei abordagens e debates por este canal. Assim como estou, com o grupo que me ajuda a fazer as coisas acontecerem, analisando com calma propostas para o conjunto de nossa sociedade.


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