SOBRE O QUE COLUCCI HERDARÁ

O eleitor de Ilhabela fez mescla entre um gestor experiente e legisladores debutantes 

A equipe econômica da
Prefeitura da Ilhabela
, que estima um Orçamento de R$ 750 milhões para o ano que vem, 2021, tem dinheiro na conta, tem poupança (Fundo Especial dos Royalties), e tem estimativa de arrecadação. Essa é a boa notícia. Mas, não se iluda, há desafios.
O comércio, os trabalhadores, os meios de hospedagem, o informal, o autônomo, o desempregado, as entidades de classe, enfim, todos sabem disso. É inegável.
Cabe a equipe de transição tentar minimamente definir uma estratégia orçamentária para 2021. Não há um balanço público ainda dos trabalhos dessa equipe, portanto, não é possível ainda muita coisa.
Antonio Colucci
, eleito Prefeito pela terceira vez - e confirmado pelo
Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo
ontem, dia 04, sobre sua elegibilidade, herdará uma cidade bem pouco diferente da que deixou há quatro anos; porém, com um agravante: sob Pandemia da Covid-19.
A herança é a de uma Administração burocratizada, de procedimentos confusos e demorados e cheios de pegadinhas e de uma estrutura administrativa que carece de reforma.
Até sobre devolução de dinheiro pelas pessoas que receberam auxílio indevidamente há que se ter gestão.
Uma cidade que envelheceu sua roupagem urbanística. Mas, não só. Haverá um reencontro com obras inacabadas em sua gestão anterior como o PEI Sul e o Teatro, questões como as lanchas (aquabus), que o atual Governo ignorou solenemente, mas, que precisam de soluções.
Atualidade:
E, tome nota, uma disputa importante na Justiça sobre suas finanças, já que o Prefeito reeleito de São Sebastião,
Felipe Augusto
, desafeto político do novo Prefeito de Ilhabela, trava uma disputa nos autos judiciais pelo entendimento sobre o rateio dos royalties do petróleo. É uma guerra declaradamente direta, sem passar pela Abramt, por exemplo.
Retrospecto:
A cassação política do Prefeito
Márcio Tenório
, aliado ao seu afastamento pelo
Tribunal de Justiça de São Paulo
e sucessivas operações policiais em Ilhabela deixaram sequelas profundas. Ele se defende nos autos em busca de justiça.
Há ainda uma estrutura administrativa que sabidamente carece de reforma, porém, estamos sob um período de vigência de uma lei federal que impede a criação de novos cargos, o que seria natural com a extinção de outros, numa reorganização institucional.
E tem mais, a atual prefeita, Gracinha Ferreira, apesar de ter discursado sobre continuidade quando assumiu a cadeira, resolveu fazer ao seu modo, mas, os resultados não são satisfatórios.
O tempo urge.
Portanto, trincheiras de luta de outrora, como a Amprogas, por exemplo, deverão ser retomadas. Os dois mandatos anteriores do Prefeito
Antonio - Toninho Colucci
trilharam muito o caminho das instituições, fez política dialogando pela
Aprecesp
,
RMVale
-LN, entre outros.
Apesar de ter dinheiro, Ilhabela deverá deverá ter uma política de atuação, intuo, com viés mais consorciado sobre agendas em comum, porque a liderança regional que o Prefeito eleito conseguiu foi assim também, à mesa com os Prefeitos das cidades da região, agregando, não se isolando.
Há medidas atuais - custosas ao erário - que deverão passar por um pente-fino, creio. Não se hesita em relação a isso. É o caso da Mobilidade Urbana; contratações feitas, como as da pasta do Turismo; obras e serviços que são objetos de Inquéritos policiais, enfim.
E, claro, uma legislatura renovada na
Câmara Municipal de Ilhabela
, vereadores debutantes - ávidos por mostrar serviços, mas, inexperientes ainda. Herdarão um processo legislativo que friccionou tanto até cassar um mandato de Prefeito, porém, sob um modus operandi rejeitado nas urnas.
É a política de Ilhabela e sua troca, cacifando um experiente gestor no poder Executivo e, ao mesmo tempo, oportunizando a nomes debutantes o dever de fiscalizar pelo Legislativo. A sociedade ilhabelense, o seu povo, mostrou que sabe dosar as suas
emoções.
Boa sorte e bom trabalho para todos.
 

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