O PETZ, QUER DIZER, O PREFEITO E SEU DISCURSO CÁGADO

O Prefeito vem causando, e há reflexos de suas intempéries... 

Em entrevista a rádio Morada do Sol, o Prefeito Felipe Augusto manteve sua prática de tentar se desvencilhar de seus problemas de ordem pública jogando no colo dos outros. E a bola da vez foi o atendimento na rede municipal de Saúde.

As redes sociais estão povoadas de vozes críticas, de usuários do Sistema - sob dores - se sentindo desrespeitados, desprotegidos. É febril o sintoma. 

O vereador Wagner Teixeira gravou vídeo na porta da UPA (que tem vulgo de Hospital) de Boiçucanga e publicou na rede, meio pelo qual adiantou que vai pedir abertura de CPI no Legislativo, com possível pedido de afastamento do Prefeito do cargo, com base em todo conjunto da obra, agravado pela matéria do jornal Folha de São Paulo dando conta de que morreram pessoas no HCSS por sufocamento, por falta de oxigênio.

Só os novos Conselheiros de Saúde, membros do Comus, não veem problema algum em sua gestão do dinheiro público. Depois de um troca-troca de membros, a REJEIÇÃO DAS CONTAS, caiu. Talvez coloque aqui em breve as fotos, os nomes e o histórico de cada um desses Conselheiros. É importante que toda a sociedade saiba, afinal, é público.

Há ainda uma investigação da Polícia Civil e do Ministério Público sobre a contratação, os custos e o desuso dos Hospitais de Campanha de São Sebastião.

Numa ardilosa narrativa, o alcaide sebastianense disse aos entrevistadores que não há problema de gestão, mas, de comportamento dos profissionais da Saúde. A região da Costa Sul, por exemplo, segundo dados extraoficiais, cresceu 40% nos últimos anos. Esse contingente precisa de atendimento, não de desculpas. 

O Prefeito resolveu os atacar, quando deveria protegê-los. Deixou subentendido "no ar" haver uma certa orquestração pelo atendimento precário ao paciente, que denominou de "Operação Tartaruga", porque, segundo ele, esses funcionários querem mais dinheiro.

A reação da classe veio a público e subscrita pela categoria mais forte desse elo: os médicos. 

É a segunda vez que esses profissionais, considerados "heróis" no enfrentamento da Covid-19, juntamente com suas equipes de retaguarda, reconhecidos por todo Estado pelos índices alcançados no Município, que agora são tornados como "vilões" pelo Prefeito, denotam sua insatisfação com essa gestão por meio de uma Carta.

A primeira foi quando se dirigiram ao Prefeito pedindo que trocasse a Interventora da Santa Casa (Hospital de Clínicas do Centro). A segunda foi agora, dessa vez dirigida ao pública, é uma Carta Aberta, desmentindo o Chefe do Paço Municipal, lamentando a postura e se indignando com a tática usada.

Vamos combinar, não existe Saúde sem médico. 

A Prefeitura de São Sebastião - sob este comando tucano - já realizou procedimento duvidoso de cadastramento para contratação de Organização Social - OS; já fez Processos Seletivos; sinal de figa; dança da chuva.; dedinhos cruzados; oração de joelhos dobrados e até a brincadeira da dança das cadeiras para contratar  médicos. Nada funcionou. 

Médicos não trabalham em ambiente administrativamente hostil e, neste caso, o comando do Hospital de Clínicas não está nas mãos de um gestor hospitalar, de um especialista, mas, de um primo do Prefeito, comprador do Governo - e só.

Portanto, esse discurso Petz do Prefeito na rádio contra os servidores, os expondo a riscos de segurança - até mesmo da integridade física de cada um, foi uma patada de elefante, deseducado, intempestivo e desnecessário. Excessivo.

Melhor seria exigir dos gestores da pasta (Fundação, Hospital, UPA's, Unidades dos bairros, enfim) um Plano Municipal e discutir isso abertamente com o setor e a sociedade em Conferência Municipal, definindo uma Política para o Município, ao invés de ficar criando despesas que não consegue cobrir e inventando estórias para a população.

Mas, ao acusá-los de terem tornado o "Hospital" de Boiçucanga num terrário, conheceu o revide - na velocidade de um guepardo, feito pelos respeitados  doutores da medicina, e acabou ficando com cara de cágado junto a sociedade que arca, custeia, banca todo esse Sistema de Saúde Pública - e só quer ser atendido com dignidade, como ser humano.

Para um tratamento veterinário dispensado pelo Prefeito aos profissionais de Saúde numa rádio, nada melhor que o humanismo dessa resposta dos médicos por Carta. Por ter definido o tamanho moral de cada um nessa história, meus parabéns aos médicos e demais profissionais da Saúde.

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