FARMÁCIA E REMÉDIOS NÃO SÃO PRIORIDADES EM SÃO SEBASTIÃO

Em meio a mais dura pandemia dos últimos tempos, a Prefeitura está próxima do desabastecimento de remédios

Os relatos são muitos, as pessoas estão indignadas, desassistidas. É um caos. Inadmissível.

A Farmácia Central, que fica na parte superior da rodoviária, está fechada nesta segunda-feira, dia 15. Possivelmente estará amanhã, dia 16. A saber se não tem ficado fechada em outros dias. É ponto facultativo na cidade. Nas redes sociais as pessoas comentam sobre outras Farmácias públicas nos bairros também fechadas

Ocorre que, em 20 de Março de 2020, o Governo Federal publicou medidas para garantir a aquisição de bens e serviços essenciais à população. Foram assinadas a Medida Provisória nº 926/2020 e o Decreto nº 10.282/2020. As medidas deram segurança às atividades essenciais, consideradas indispensáveis ao atendimento das necessidades da população, que não podem esperar o fim da pandemia.

Entre elas, os serviços de assistência à saúde e assistência farmacêutica devem preservar seu atendimento à população, ajudando a preservar nosso bem mais precioso: a saúde. Por isso, farmácias, serviços médicos e hospitalares não fecham as portas. Apesar da epidemia da Covid-19, as pessoas continuam cuidando de suas doenças crônicas, medicamentos, e necessitam, mais do que nunca, acolhimento, avaliação e acompanhamento, a fim de evitarem qualquer ida desnecessária a hospitais e unidades de saúde.

A Prefeitura de São Sebastião, que é beneficiada com o recebimento de royalties do petróleo, opera sob investigação do Ministério Público e da Defensoria Pública sobre serviços de oxigênio do Hospital de Clínicas, assim como da Polícia Civil e Polícia Federal sobre a contratação e inutilização de dois Hospitais de Campanha. 

Na Costa Sul, mais precisamente em Boiçucanga, uma UPA avançada foi inaugurada com apelido de "Hospital", não dá conta de atender casos que necessitam de um "Hospital", ou seja, de UTI. 

No Conselho de Saúde do Município houve uma troca de componentes e as Contas outrora rejeitadas, agora estão aprovadas. Na Câmara Municipal as Comissões foram definidas recentemente. E, claro, no comando da Secretaria de Saúde, em meio a tentativas de convocação do titular da pasta, o prefeito optou por politizá-la nomeando o Vice-Prefeito Reinaldinho Moreira. Expecta-se mudanças, soluções.

Essa porção de coisas, aliado ao anúncio feito pelo próprio Prefeito Felipe Augusto, (PSDB), de que a UTI está superlotada e de que os testes feito em larga escala na cidade demonstram resultados importantes sobre uma enorme quantidade de pessoas infectadas, exige medidas sanitárias mais restritivas, protocolos epidemiológicos bem definidos e, claro, uma Comunicação Social de Crise profissionalmente empreendida.

Há ainda pouca informação qualificada sobre a cesta de remédios do Município. Suspeita-se de desabastecimento, o que só pode caracterizar, em sendo uma verdade, absoluta incapacidade de gestão de estoque, de controle de saídas e de falta de gerência em compras.

O atendimento a Pandemia da Covid-19 na região do Litoral Norte, com suas praias muito frequentadas nas últimas semanas, em meio ao aperto das restrições na capital, está sobrecarregando a rede de cada cidade e já colapsou a de São Sebastião. 

O Governo do Estado anunciou a abertura de novos leitos no Hospital Regional em Caraguatatuba, mas, ainda assim, dado o crescimento de casos na região, pode ser insuficiente.

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - CRF, por meio de suas Comissões Assessoras de Saúde Pública, apresentou à categoria e aos gestores as diretrizes para a estruturação da Assistência Farmacêutica (AF) Municipal. Esse documento sintetiza as necessidades de adequação das condições de trabalho do farmacêutico, uniformizando-as em todo o Estado. 

Um dos alicerces para o desenvolvimento desse documento, segundo o CRF, foi a discussão atual em torno da necessidade da integralidade das ações de AF em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), para se obter melhores resultados no acesso e na racionalização dos recursos e do uso dos medicamentos. 

Não é suficiente considerar que se está oferecendo atenção integral à saúde quando a Assistência Farmacêutica encontra-se reduzida à logística de adquirir, armazenar e dispensar medicamentos. É preciso agregar valor às ações e aos serviços de saúde, por meio do desenvolvimento da AF, disse por nota a entidade.

O Governo de São Sebastião que, vocalizado pelo próprio Prefeito, está com a Saúde Municipal colapsada precisa atenuar a crise, até resolvê-la de vez, e uma das maneiras de fazer isso é mantendo suas Farmácias Públicas abertas. 

Não adianta o médico prescrever remédio e instruir o tratamento em casa, se o cidadão não tem dinheiro para comprar e não encontra apoio na Prefeitura.






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