DESCASAMENTO

O fim de uma relação pessoal que implica no tabuleiro político regional


Foi homologada judicialmente no dia 04 de maio o divórcio do primeiro-casal de São Sebastião, o capixaba Felipe Augusto e a joseense Michelli Veneziani. Cai a figura de primeira-dama, uma consideração informal atribuída a esposa de um governante.

Mas, esta postagem não trata no que diz respeito - e deve ser preservado - o que se refere ao direito à privacidade e à intimidade de ambas figuras públicas.

Ela foi candidata a deputada estadual na eleição passada com amplo apoio do Governo. Se articula novamente para uma nova candidatura, mas, não há ainda informe sobre qual será a participação do seu ex-marido em sua campanha dessa vez.

É sob este aspecto - o do interesse público - que abordo aqui.

Fato é que:
Dispensada a questão pessoal, me atenho unicamente a filigrana política
 
Vozes da oposição e da sociedade sebastianense tem reclamado de um possível uso da estrutura da máquina administrativa da cidade pela Sra Michelli. 

Servidores comissionados da Prefeitura de São Sebastião tem feito circular pelas redes sociais mensagens e imagens da ex-esposa do Prefeito usando as dependências - e se apropriando politicamente dos serviços da chamada "Casa Poderosa".

O grupo político:

Liderado pelo seu pai, Antonio Carlos, que é ex-prefeito de Caraguatatuba, vem perdendo espaço consideravelmente na região do Litoral Norte. 

Derrotados na tentativa de reeleição de Délcio Sato em Ubatuba, e por duas vezes consecutivas em Caraguatatuba, restava o genro em São Sebastião. Este se reelegeu vencendo em apenas 1/3 da cidade, mas, não parece creditar sua vitória apertada ao antigo líder.

Dessa forma, a candidatura de Michelli se torna unicamente partidária? 
- É possível. 

Ocorre que o único Prefeito do PSDB na região é justamente o de São Sebastião. Mas, consta que a relação política de Michelli com o Governador João Dória independe do ex-marido. A legenda se dividiu entre os dois grupos, o de Caraguá e o sebastianense?

De toda sorte, as demais forças políticas da região estão atentas; há, inclusive, quem enxergue certa manobra com fins eleitorais em tudo. Teorias ganham vida. 

Uma série de denúncias deverá ser providenciada, dizem, se for mantido o que compreendem ser uso da estrutura administrativa municipal de São Sebastião em favor de uma pretensa candidatura da empresária Michelli.

Ela já havia transferido o seu domicílio eleitoral para Caraguatatuba, antes mesmo do último pleito eleitoral. Ainda assim, apoiou a reeleição de Felipe.

Uma tempestade de boatos, vídeos, fotos, áudios, registro de ocorrência policial e até processos na Justiça houve em meio a última campanha eleitoral municipal, costumeiramente envolvendo nomes de gente nomeada no Governo Municipal, em cargos comissionados - que numa Ação proposta pelo Ministério Público se disse ser preenchidos, entre outros, por "amantes e maridos das amantes", e do ex primeiro casal da cidade.

A separação

O desfazimento do matrimônio significa o fim da relação política também? A candidatura a deputada perde força se não tiver o apoio do Governo. 

Por hora não há outros nomes aventados como concorrentes na região, mas, é possível que outros partidos também lancem suas apostas? Há conversas sendo alinhavadas entre legendas com atuação política na região e a ex-primeira-dama?

O que efetivamente chamo a atenção é para este recorte no que se refere as pretensões eleitorais e como isso pode mexer no tabuleiro da próxima eleição para deputado e, claro, na sucessão municipal. 

O eleitor 

O casamento do eleitor com seu próprio voto é uma aliança indissociável, alvo de grupos políticos que se juntam e se separam diuturnamente 

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