SÃO SEBASTIÃO: A 19 DIAS DE FAZER ANIVERSÁRIO

Há alguns dias de ter celebrado o Padroeiro da Cidade


Daqui a 19 dias, ou seja, em 16 de março, o município de São Sebastião comemorará seu 387° aniversário. Não sei ainda qual é a programação, mas, sei exatamente qual é o cenário. Todos sabem. É trágico.

Talvez um retrato mais claro para compreender a força desse evento seja a quantidade de mortos, de desaparecidos, de desalojados e de desabrigados. Tratamos somente como estatísticas? É a crueza de uma realidade chocante.

Podemos também falar sobre como essa duríssima realidade a que a população de São Sebastião está submetida nos fez conhecer a imprescindibilidade da união de esforços dos Poderes constituídos - sob a coordenação dos Governos federal, estadual e municipal, longe de partidarismo, de ideologia. Até aqui tem acertadamente sido assim.

Se a notas forem a de uma linha mais desumana, o capítulo a ser destacado precisa ser o do oportunismo de gente que aplica preços acima de qualquer razoabilidade em produtos na região atingida, especialmente sobre itens de necessidade vital como a água. É um flagelo, senão crime. Os alvarás e licenças deveriam ser cassados, dentro de um devido processo legal.

Mas, se a linha for a de estudar e compreender todos os aspectos, então o destaque deve ser o que versa sobre o humanismo. Toda trajetória precisa ser circunscrita sobre a devoção oferecida pelos voluntários, pelos doadores, pelos anônimos.  

A Prefeitura tem enviado caravanas para outros países para participar, segundo releases oficiais, de fóruns, feiras, eventos voltados para o turismo. Agora, em período de alta temporada, o Governador do Estado, Tarcísio de Freitas, instalou seu Gabinete na lama e pede aos turistas que estão na cidade que saiam, voltem para suas casas, e para os que estão pensando em descer a serra, que desistam. Este é o retrato da tragédia.

A repercussão é internacional, com cobertura da mídia nacional em tempo real de absolutamente tudo o que envolve este evento trágico, desde a qualidade das moradias; a forma de ocupação territorial; os aspectos jurídicos dessas áreas densamente povoadas; as ações práticas dos Governos adotadas em termos de segurança, entre outras coisas. Um debate que causa hematomas, que descasca feridas, que investiga cicatrizes. 

Esse texto ficaria longo se fosse discorrer sobre eventuais responsabilidades à serem apuradas dos agentes públicos: servidores de carreira, gente em cargos de livre provimento, autoridades em cargos de Estado e políticos em cargo eletivo. O dedo em riste e o excesso de saliva não servem para nada nesse momento, senão a reflexão crítica bem formulada, as ações de ajuda e, claro, os investimentos necessários.

Há poucos dias de ter celebrado, em 20 de janeiro, o padroeiro da cidade, e a poucos dias de celebrar o aniversário de emancipação, há muito o que ser repensado. A festa deve ser a de ter consciência de que, por mais que achemos que tudo esteja bom, há sempre mais do que se imagina para ser melhorado.

Acompanhe minhas resenhas, vamos construir um debate onde todas as vozes encontrem morada e se sintam seguras para tocar o alarme sobre os riscos a que todos nós estamos submetidos - em todas as áreas da cidade. 

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Créditos da foto: Google/site Meon


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