SOB FOGO E ÁGUA, O PICO DO BAEPI VOLTOU A SER CONTROLADO

O fogo atingiu um dos símbolos do Parque Estadual em Ilhabela, o Pico do Baepi, a mais de mil metros de altitude


Estimado leitor, você viu que Ilhabela, paradisíaco lugar, foi atingida por um incêndio sem precedentes, que atingiu o Pico do Baepi, no Parque Estadual Ilhabela (PEIb), na última terça-feira, dia 28?  

Acompanhei um pouco do noticiário a respeito e do trabalho feito para conter, debelar. 

O site da Fundação Florestal informa que o fogo foi controlado por volta das 16h de quinta-feira, dia 02, tamanha a importância dessa ocorrência. O incêndio atingiu a vegetação de Refúgio Montano - uma fisionomia rara e importante para a conservação do Parque, presente em apenas 0,2% da Unidade de Conservação. Ainda não foi possível avaliar a extensão atingida pelo fogo. As causas do incêndio estão sendo apuradas.

De acordo com o site do Instituto Socioambiental (Unidades de Conservação do Brasil), a ação contou ainda com a participação de equipes do Parque Estadual Ilhabela, Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Defesa Civil, Polícia Ambiental, Polícia Militar, Prefeitura de Ilhabela e Corpo de Bombeiros. Imprescindível destacar o que costumeiramente acontece nessas ocasiões, moradores e voluntários também contribuíram com informações e imagens.

O helicóptero Águia entrou em ação, utilizando mais de três mil litros de água do mar para conter as chamas. O local ainda está sendo monitorado para evitar que novos focos voltem a se propagar. Segundo estimativas do Corpo de Bombeiros, foram queimados cerca de 15 hectares, sendo que 7.7% estão dentro da Unidade de Conservação, 9.8% em zona de amortecimento e 1.5% em Área de Preservação Permanente próxima a cursos d’água e entorno de área urbana.

Sobre o parque

O Parque Estadual Ilhabela foi criado em 1977, pelo Governo do Estado de São Paulo. Essa Unidade de Conservação de Proteção Integral abriga 12 Ilhas, três ilhotes, três lajes e um parcel. Neste ambiente, já foram registradas mais de 320 espécies de aves, 41 anfíbios, 51 mamíferos, 44 repteis e 14 peixes de água doce. A Ilha também é ponto de parada para diversas espécies marinhas e migratórias, que vêm dos mais distantes locais do globo terrestre.

Providências

Por se tratar de uma área de recuperação, o impacto à fauna e à flora é considerado menor, porém, há registros de fauna afugentada, incluindo repteis, como cobras e lagartos, além de mamíferos como tatu e gambá, além de aves e microfauna, incluindo insetos e microorganismos do solo. Em relação à vegetação, a área afetada era dotada em grande parte de vegetação pioneira, como gramíneas, sapê, além de áreas menores de mata em estágio inicial a médio com várias mudas de espécies pioneiras, como embaúbas, cambucis e outras.

Um Auto de Constatação de Infração Ambiental (ACIA) foi aberto, a Polícia militar Ambiental foi acionada e registrado um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil que se encarregará de apurar denúncias e responsabilidades sobre o caso.

Recuperação da área

Para minimizar os impactos ambientais e prevenir problemas sociais, como soterramento de casas, a Fundação Florestal, em parceria com a ONG Ilhabela.org está elaborando um projeto de plantio e recuperação de área e implantação de aceiros que impeçam que o fogo se espalhe.

Segundo o diretor regional da Fundação Florestal, Rodrigo Victor, a recuperação da área é importante, não só do ponto de vista ambiental, mas também social. “As características da região são de solo raso, com rochas por baixo e grandes erosões. Com a ocorrência de chuvas, este quadro pode resultar em deslizamentos. Este é um problema não só ambiental, mas também, social. Por isso, é necessário envolver outros órgãos, como o Instituto Geológico e Defesa Civil, para que o local seja caracterizado como "área de risco.”

Sim, Ilhabela tem Bombeiros

Em 2009, salvo melhor leitura, quando o Município ainda era chamado de "o primo pobre" da região do Litoral Norte de SP, datando o 1° mandato do Prefeito Toninho Colucci, que atualmente governa a cidade pela  3° vez, por sua articulação, foi possível ter em Ilhabela,  num prédio alugado pela Prefeitura, com apoio do então deputado Major Olímpio (falecido), um Corpo de Bombeiros.

Convenhamos, acidentes como este são comuns em épocas de estiagem; considerando, por óbvio, que não tenha sido provocado criminalmente pela ação humana. Não faz muito tempo soubemos do incêndio no supermercado Ilha da Princesa.

No 2° mandato o Prefeito desapropriou um prédio, e soma-se os bombeiros civis. Há uma estrutura de caminhões, gente bem treinada, que seguramente foram providenciais para trabalhar nessa ocorrência. A notícia essa semana inclusive foi a de que a Administração Municipal entregou uma nova caminhonete para os Bombeiros. 

É assim que as coisas funcionam, em "parcerias". Todo gestor público precisa governar com esse norte, o de ter planejamento, definir suas prioridades e ter relações públicas, sociais e institucionais com outras frentes. Este é um ano eleitoral, e este caso terrível do incêndio em Ilhabela nos mostra como é importante pensar e agir com um olhar adiante, como foi no caso do Corpo de Bombeiros em Ilhabela.


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