ROYALTIES: SE CÂMARA NÃO SE MEXER, O CONGRESSO DECIDE
PAUTA DO LEITOR
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Contribuição (mailling) LUIZINHO FARIA
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Congresso analisará veto caso a Câmara demore
a votar royalties, diz Sarney
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta quinta-feira (20) que,
se a Câmara não votar até a próxima quarta-feira o projeto que trata
da nova distribuição de receitas do petróleo, fica mantida a sessão no
Congresso para análise do veto do ex-presidente Lula à chamada emenda
Ibsen na próxima semana. Essa emenda trata de uma distribuição mais
igualitária das receitas geradas pela exploração do pré-sal. Ontem, o
Senado aprovou o projeto com um novo sistema. A votação do veto está
marcada para próxima quarta-feira em sessão do Congresso. Pressionado
pelas bancadas do Rio e Espírito Santo, contrários ao projeto aprovado
pelo Senado, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse
que os deputados vão levar pelo menos 30 dias para discutir o novo
modelo de distribuição de royalties e participação especial. O prazo é para evitar obstrução em outras votações importantes para o governo na Câmara. O
presidente do Senado, que também ocupa a presidência do Congresso,
disse que só uma nova reunião de líderes da Câmara e do Senado poderá
adiar, pela quarta vez, a análise do veto. Pelo entendimento
anterior dos líderes, se o projeto com o novo modelo de receitas fosse
aprovado nas duas Casas até dia 26, o veto do ex-presidente Lula seria
mantido. O veto prejudica especialmente Rio de Janeiro e Espírito Santo, os maiores produtores. "Essa decisão [de mudar a data] não será minha. Terei que convocar novamente todos os líderes e o presidente da Câmara [Marco Maia (PT-RS)] para qualquer decisão modificando o calendário estabelecido. Eu só posso sair da decisão anterior, se tivermos nova decisão." Sarney disse que não é possível adiar mais uma definição sobre o novo sistema de distribuição das receitas do petróleo. "Eu
acredito que não podemos alimentar mais a luta entre os Estados. Não
podemos tirar direitos adquiridos do Rio, mas não podemos evitar que os
outros Estados desejem ter participação nas riquezas nacionais."
O projeto aprovado reduz a fatia apropriada pelo governo federal e
pelos Estados produtores, transferindo mais recursos para Estados e
municípios que não têm petróleo em seus territórios. Segundo o
senador Francisco Dornelles (PP-RJ), as perdas para os produtores
chegam a R$ 3,6 bilhões no ano que vem. Os Estados não produtores vão
receber R$ 8 bilhões.
Editoria de Arte/Folhapress
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