ATA DA SESSÃO DE 04/11

"Se for o caso de abrir uma CEI, 
que abramos uma CEI"
Frase do vereador Gleivison Gaspar (PMDB)

Apesar do discurso, ele não protocolou qualquer pedido nesse sentido, oficialmente. Ainda. 

Assista em vídeo o resumo da sessão

"Está tudo errado". Essa foi a frase que mais se ouviu nas intervenções do vereador de oposição, Gleivison Gaspar, na sessão da Câmara de São Sebastião/SP de ontem 04/11. A solução sugerida por ele é a de que todos tomem uma atitude contra "esse governo". Não disse sobre que "atitude" se referia, mas, de crítica em crítica, vai lançando sementes de seu palavrório costumeiro.

Não custa lembrar que seu grupo político judicializou o resultado das últimas eleições e chegou a conseguir duas cassações em primeira instância sobre o diploma do prefeito e seu vice. O TRE reformou a sentença e determinou uma nova cassação sobre outro processo. No TSE, todavia, em voto monocrático, caiu tudo. Eleitoralmente, é a segunda eleição consecutiva que o grupo político do vereador perde para o mesmo adversário - o grupo do prefeito Ernane. A bronca vem daí. 

O vereador Reinaldinho esbravejou dizendo: 
"Isso virou uma "Guerra Política. É muito fácil agora o Sr. Manoel Cortes vir se pronunciar...depois que a obra está no chão". E continuou: "O ex-prefeito está completamente errado de ter inaugurado aquilo". E emendou:"Vamos ficar chorando as pitangas aqui? Não. A decisão agora é do Juiz. Tem que ser cobrado sobre quem for considerado culpado. O lado de lá quer palanque para dizer que não é culpado...". 

Não satisfeito, em alta voz, foi adiante: "Primeiro quero saber quem a Justiça vai definir como culpado, mais do que essa picuinha que está tendo aqui". E, nessa intervenção, finalizou: "O dinheiro que é da população já está jogado no lixo. Minha questão agora não é discutir sobre o culpado, é que este devolva o dinheiro para a cidade. Que o ex-prefeito e o atual discutam e briguem na justiça". 

Apartes entre ambos
Gleivison: "Só fazendo uma correção na fala do vereador Reinaldinho. Primeiro que essa Casa é política". 
Reinaldinho, em aparte, corrigiu, dizendo que falou em política partidária. 
Gleivison: "Nós não podemos nos comportar como se nada tivesse acontecendo. Nós somos os únicos agentes políticos que podemos levantar o assunto. Houve sim um pedido de CEI, houve um protocolo para uso da tribuna. Nós vamos nos silenciar?".
Reinaldinho: "Eu acho que ficou bem claro quando eu falei sobre política partidária. Nós discutimos inúmeras vezes isso. A minha postura sempre foi completamente contrária a essa demolição. Essa Câmara nunca se calou para isso. Teve aqui reuniões com prefeito, com Promotor de Justiça, com ex-prefeito. Não quero que a CEI sirva de palanque para gente que está fora do cenário se promover aqui", finalizou

Teimoso:"O único cidadão que me questionou sobre essa obra foi o Manoel Corte, porque eu estava no palanque do Juan. Então, esse cidadão é muito cara de pau", disse o vereador e disse ainda: "Quem entende um pouco de obra sabe que aquilo não tinha condições de permanecer de pé", finalizou.

Do lado de fora da Câmara, já nos bastidores, conversei um pouco com o vereador. Ele disse que não concorda com a exploração política que o PMDB quer fazer sobre a matéria. Disse que o pedido de CEI deve partir de um vereador e que precisa ser do PMDB, já que foi o ex-prefeito Juan quem fez e inaugurou a obra, mas que isso deve ser feito sem caça às bruxas, sempre com respaldo técnico.

Ernaninho: "Na verdade, eu acho que falar que os vereadores de situação ficaram em silêncio e não falaram nada, é uma arma dos desesperados. O vereador Reinaldinho disse bem, que essa é uma disputa eleitoral e partidária. Ele está certo, só que é preciso haver limites para essa disputa. Atrás de uma tela de computador é mais fácil falar". 

Esclareceu ainda: "Quando falam em pedido de CEI, eu continuo aceitando, mas não com o pedido de uma pessoa que foi mandado embora pelas portas dos fundos da Prefeitura. Como que eu vou aceitar um pedido de CEI de um cara que não tem mortal nenhuma na cidade? O que nós temos que fazer é esperar". E emendou: "Vocês sabiam que a Prefeitura devolve quase R$ 40 mil por mês ao Dade por causa daquela obra. Essa discussão não vai acabar tão cedo. Eu só acho que não se deve é passar para as pessoas informações que não são verdadeiras".

"Duas portas de vidro de banheiro 
custavam R$ 11 mil..."
Jair Pires, vereador do PSDB
Falando sobre a obra, dizendo que foi contra desde o seu início

Jair Pires: "O Centro de Convenções é um projeto que já começou com muita polêmica em torno da reforma da chamada Praia da Aventura. Duas portas de vidro de banheiro custavam R$ 11 mil, na parte de baixo. Fui contra já naquele momento. Concordo com o meu companheiro de partido sobre o fato de que o que está havendo aqui é uma disputa partidária". 

Ele foi além, dizendo: "R$ 1,8 mi., com a Prefeitura devolvendo quase R$ 50 mil". Voltou a explicar sua opinião sobre o caso: "Até o momento a Promotoria não tinha apresentado problema estrutural... Vereador Gleivison, pode entrar com pedido de CEI. O Sr. precisa de 4 assinatura, e você já tem a minha. Pode entrar com o pedido", e acrescentou: "A firma que fez aquela obra, quando foi condenada, apresentou falência e sumiu, sequer tinha responsável técnico. Só de pensar em colocar 400 pessoas naquilo e correr riscos, isso já é crime", finalizou.

"O povo tá cansado dessa briga Ernane X Juan. 
Uma porta de banheiro custava R$ 11 mil"
Reinaldinho, vereador do PSDB

Onofre Neto: "Assino uma CEI sim, desde que essa CEI venha a investigar desde a construção até a demolição. Não uma CEI contra um fulano. Se for para se investigar sob fundamento técnico, até para subsidiar a Justiça, concordo". Ele foi enérgico no sentido de pautar sua decisão sobre o assunto, mantendo a mesma linha de entendimento de que não é favorável a exploração política dos partidos que duelam sobre a questão.

Tenório: "Essa Casa é política, é claro. Como é que eu vou liberar, o Ivan esteve aqui na semana passada. Nesse pedido tem o pedido do Vicente e os três nomes que o vereador Gleivison indicou", se referindo ao uso da tribuna, e retrucou: "O Sr. não indicou nenhum nome técnico, só nome de políticos. A CEI é uma questão política e cabe aos vereadores decidirem politicamente. Vamos convidar o Ministério Público para vir aqui e nos trazer sua opinião". 

Falou mais: "Infelizmente, a base técnica do engenheiro Manoel Cortes muda a cada hora, dependendo de que lado político ele está. Infelizmente, o prédio está no chão, mas antes ninguém se manifestou. Todo mundo foi favorável à Moção de Apelo contra a demolição. Todos os engenheiros que consultei (citou nomes de alguns) disseram que foi erro de projeto ou foi erro de execução, mas que está errado está, eles disseram. A CEI tem que ir nessa linha"

Gleivison, em aparte: "O problema é que todo esses problemas de estrutura não estavam no TAC". 
Teimoso, também em aparte: "Eu pago para qualquer cidadão demolir meu prédio pela metade e não abalar a estrutura". 
Tenório enfatizou: "Não é possível que o administrador saiba da situação e permita que se construa", se referindo ao ex-prefeito Juan que inaugurou a obra inacabada. E disse aina: "Se tem um grupo que tem maioria ou não, isso é da política, faz parte da democracia. É o jogo, não tem como, e nós optamos pela democracia, graças a Deus".
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12h06min.    -     adelsonpimenta@ig.com.br

Comentários

  1. A CEI acima citada ao meu ver deve ser técnica, assim ficará claro aos munícipes que a Administração está empenhada em proteger vidas e o erário,indiferente às disputas políticas.

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