SAÚDE: QUEM HERDAR, O QUE FARÁ?


Sob Ernane, o Governo fez novos investimentos na área da Saúde em São Sebastião, mas pergunto: São suficientes? De gestão em gestão, a cidade cresceu. A discussão sobre o sistema de saúde pública municipal deverá ganhar o debate dos pretensos candidatos a prefeito. Da criação da Fundação de Saúde até ser a cidade sede do Samu, sem a qual todo o Litoral Norte ficaria desassistido, coisas aconteceram. 

Ernane foi reeleito (o único até agora), portanto, sua gestão teve continuidade (uma das reclamações recorrentes é a falta desta) - e por esta razão deve ser avaliada área por área. Temos a obrigação de debater isso. Mais que a crítica, é o day after (dia após) que devemos discutir.

Que me lembre, entre as as novidades estão também os ESFs dos bairros Pontal da Cruz (onde moro), Canto do Mar (onde mora meu pai),  entre outros, já que houve ampliação na rede de prevenção. A Costa Sul, além da ESF de Juquehy (Esquimó), é claro, o Hospital de Boiçucanga (em construção) e ainda este ano os móveis dos ESFs serão trocados. A Prefeitura informou que está informatizando o setor com a criação do Cartão Único de Saúde. Tem ainda o Caps I e Caps AD,  a criação de mais três leitos de UTI e, a obra mais recente - a UPA do Centro. 

Unidades próprias, ou seja, redução da dependência de imóveis locados = menos custos. Ao mesmo tempo, novos equipamentos + capacidade de atendimentos. Uma equação que não é perfeita - nunca é - mas que descentraliza, reduz demanda, oferta serviços e dá maior assistência tanto na prevenção quanto na emergência. É legado. Há que se discutir.

Ao informatizar o ponto dos servidores haverá melhor controle, inclusive sobre horas-extras, que é um dos gargalos da folha. O Governo está terminando o processo de negociação de convênio com o Hospital São Francisco para continuar com o atendimento de tratamento do câncer apenas para os moradores locais. Essa saída está sendo buscada porque consta que o Governo do Estado não está custeando toda sua parte para com o Hospital São Francisco, que, aliás, é a única participação do Estado na Saúde de S. Sebastião.

O prefeito também enviará para a Câmara municipal, segundo sua assessoria, um pedido de autorização para ajudar no atendimento das crianças e adolescentes da cidade com câncer para que continuem firmes em São .José dos Campos no GAAC. São cerca de 40 pacientes. São obras e medidas que não aparecem, são pouco comentadas, mas que salvam muitas vidas e traz dignidade e um pouco de conforto ao ser humano quando ele mais precisa. O alcance social e protetivo é imensurável, mas gera custos e é disso que precisamos tratar doravante. Quem herdar, o que fará?

A área da Saúde é uma das mais comentadas - e criticadas, invariavelmente, em todas as pesquisas qualitativas que tem sido feitas há anos. Além disso, como já alertei neste espaço, na medida em que a economia se retai e a taxa do desemprego aumenta, uma multidão de usuários migra de planos privados para o setor público. Outro fenômeno tem sido o atendimento que é feito em São Sebastião para muita gente que vem de cidades vizinhas que fogem das deficiências do que lhes é oferecido em seus locais de moradia. Saúde requer recurso e, fundamentalmente, opção política por priorizar a pasta.

Pois bem, não estou aqui para exaltar nenhum feito desta administração nem tampouco para criticar o fato de as pessoas deixarem as cidades vizinhas em busca de atendimento médico em São Sebastião. Para ambas as coisas cabem leituras diversas. O que me traz aqui é a reflexão sobre o tema e um questionamento pronto: O que os pretendentes à majoritária municipal tem a dizer sobre essa herança e como aperfeiçoá-la? 

O debate instiga, urge e é imprescindível. 
Com a palavra os partidos políticos e seus pretensos candidatos...
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11h48min.   -   adelsonpimenta@ig.com.br

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