SOBRE O CASO DAS TAIS PESQUISAS ELEITORAIS...

Sobre o caso das pesquisas eleitorais, realizadas por jornais "de fora" sobre o cenário eleitoral de São Sebastião, eis o que tenho a dizer: Cansaria o meu leitor ficar aqui escrevendo as mesmas coisas já ditas por um e outro. 


Neste caso, não estão só os dois jornais contratantes, sendo: A Balsa, de Ilhabela; e o Costa Norte, de Bertioga, sendo que este tem distribuição e cobertura local há mais tempo, em xeque. Estão também os Institutos contratados. Os dois lados falam que não foram notificados ainda. 

Não são só os jornalistas e/ou diretores dos jornais, estes hoje, talvez amanhã outros, mas também estatísticos e cientistas sociais que respondem por essas empresas de pesquisa de opinião pública. Há responsabilizações à serem averiguadas. É o que tem pra janta.

Chamo a atenção para o fato de que são os dados cruzados com os do IBGE, os ensaios estatísticos e suas combinações metodológicas, os critérios técnicos, enfim, razões alegadas, que de fato importam para quem reclama e denuncia; mas, são os resultados coletados que expressam um pensamento coletivo - com base científica que devem ser considerados. 

Dito isto, a pergunta seguinte é: À quem interessa isso? Ao leitor, que nem sempre é o eleitor, talvez, pelo jornal. Mas e para os candidatos qual seria o interesse? Se é para buscar financiamento, não cabe porque as regras foram alteradas; se é para definições estratégicas não haveria necessidade de publicidade. Por que razão então os partidos peticionam ao Juiz Eleitoral contra a pesquisa do outro?

Fora isso, há que se observar que o período ainda é de indefinições, logo, quaisquer que sejam os resultados captados, certamente expressarão um momento, não necessariamente um cenário, muito menos uma conjuntura. Há diversos fatores que influenciam a opinião pública num processo eleitoral, sem contar que as convenções partidárias ainda ocorrerão e, com elas, os pedidos de impugnação e suas avaliações pela Justiça. Reitero: é cedo. Arrisco dizer que a margem de erro não capta essa dimensão - e é sempre maior que a anunciada pelos institutos. Não o erro estatístico da sondagem, mas o da percepção social em relação ao processo.

Não sei a que estratégia eleitoral cada grupo concorrente se atém. Intuo apenas. O que de fato chamo a atenção é para as movimentações jurídicas e políticas. 

Quem entrou com uma Ação contra a pesquisa do "A Balsa" foi o PTC, partido aliado ao grupo político governista; e quem ingressou contra a pesquisa do "Costa Norte" foi o PR, partido alinhado ao grupo tucano. No primeiro caso, a pesquisa indica o candidato Felipe Augusto na dianteira; no segundo caso, uma desidratada do candidato Juan Garcia e uma ascensão do progressista Wagner Teixeira. O que isso tem a ver então? Em meu entendimento, praticamente nada.

Pois bem...
a) Não houve evento público, exceto publicações nas redes sociais, para o anúncio do nome do ex-vereador Amilton como vice de Felipe Augusto, logo, essa pesquisa pode não ter captado o pensamento coletivo em relação a essa escolha;
b) As possíveis defecções do grupo tucano e aventadas adesões destas ao grupo progressista é algo que está restrito aos bastidores, precisam ser confirmados. se forem, quais efeitos terão nas projeções eleitorais de cada lado envolvido no caso diretamente?
c) O grupo peemedebista claramente escolheu um alvo e começa a intensificar e, creio eu, a medir os ataques contra o grupo tucano. Isso tende a desconstruir mais um lado ou a construir o outro com um discurso divisionista em busca de indecisos com intenção de migrar para lá?
d) O prefeito da cidade não disse ainda se lançará ou não um nome à sucessão. Se a opção for por lançar, qual será? Que influência teria para se aproveitar da pulverização de candidaturas? 

Enfim, estas são algumas das muitas outras perguntas existentes. É por esta razão que vejo com reservado cuidado uma luta intestina entre alguns elementos do processo. Mas, também entendo que tudo atende a uma ação tática de cada lado. Não se despreza nada em uma disputa eleitoral, nem mesmo a força do boato, quem dirá a percepção de que este ou aquele candidato(a) pode ganhar. Tudo faz parte. O que não se decifra é a cabela do cidadão eleitor, este é o segredo que as pesquisas tentam sondar. Creio nisso.

É o jogo¹
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19h20min.   -   adelsonpimenta@ig.com.br

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